Por exemplo, se alguém escrevesse: “E aí, Fulana, como você vai? O que anda fazendo?” Pronto, isso era a senha para disparar o “scrap pensado”.
Confesso que isso nunca havia me passado pela cabeça. Sei que as pessoas lêem os scraps alheios, aliás, isso todo mundo sabe, tanto que o próprio Orkut colocou um novo recurso de listar algumas pessoas que visitaram o seu perfil recentemente. Se isso é válido ou não, isso é outra história...
É curioso como todos nós nos sentimos vigiados.
O Big Brother, na realidade, sempre existiu...
Disfarçados, por exemplo, de vizinha olhando entre as cortinas da janela ou varrendo a frente da casa, com todos os seus sentidos aguçados. Lembro-me de quando era criança, a vizinhança sabia todos os passos dos moradores e a vida de cada um. As orelhas da rua ferviam... aquilo era o nosso Orkut real.
Hoje com a tecnologia, em nome da segurança, há circuitos internos de TV espalhados pelas casa, empresas, bancos, lojas... e até mesmo há cidades inteiras sendo monitoradas!
Com tantos olhares alheios devemos nos importar? Nos adequar aos olhos que nos vêem? Deixarmos de fazer coisas devido aos outros? Tentarmos ser o mais espontâneos possíveis e viver a nossa vida? Perdemos privacidade? Ganhamos (falsa) segurança?
Cabe a cada um de nós pensar como queremos viver a nossa vida.
E se você pensar que há alguns milhares de anos a igreja nos incute conceitos divinos de onipresença, onisciência e onipotência, principalmente com o intuito de gerar a culpa e controlar as massas, já deveríamos estar acostumados, afinal, não estamos vivendo o maior programa de todos?
O Big Brother de Deus.