quarta-feira, maio 31, 2006

A PELOTA in CxD

A morte é uma ruína de lábios carnudos.

E é da transa fatal entre os grupos C e D que nascerá em solo trágico aquela da boca vermelha, a do vestido curto ou longo de cor finita, a de traços simétricos ou assimétricos, a da face friamente impávida, a da fotografia vertiginosa, a dos olhos desenhados a pinça, as pernas de tornes, os braços de passeios perigosos, a feminina, a do corpo curvo, a curvilínea... O horror de destinos incompletos!

Sérvia e Montenegro são dois países (des) unidos em um.

Maculados por tanques e guerras, os sérvios e os montenegrinos destruíram seu respectivo passado iugoslavo num plebiscito tão catártico quanto do infelizmente. A utopia política do Leste caiu no colo triste do talento habilidoso dos quase sem nação, dos que quase sobrevivem a ermo... E quando o fôlego definitivo for soprado dos pulmões sem culpa, mas fatídico árbitro incôngruo, a seleção dos fortes de bochechas brancas e avermelhadas e da terra de todos e de ninguém, será o que sobrar da memória.

Ao mesmo tempo, os elefantes da Costa do Marfim, os marfíneos, entrarão com seus diamantes negros na saleta esverdeada e rara dos campos mundiais da Alemanha; o exotismo de seus reluzires castos irão de encontro ao diabólico divino da tradição hermana-holandesa das dores eternas e eternos odores de tempos de outrora.

Elixir da derrota, morte da vida, erro esquerdo da finta... Tudo isso faz presença no quadrante C! Argentina e Holanda, em histórias de ires e vires cruzarão uma vez mais suas calúnias num joguete sorteado do destino. Porque na disputa ferrenha de uma das duas vagas de vanguarda do seguir-se em frente, o giro hipnotizante dos saiotes neerlandeses enquanto do tango bravo portenho na vitrola da moeda de ouro, vai no convés do transatlântico de negociações esquivas do passado de colonização e esquartejamento: ambas portentosas, ambas lacrimosas...

Um soco de lembrança histórica!

No entanto, do lado oposto, no cruzar de dados, no conjunto D, o melancolismo de olhos desiludidos na antevéspera de confrontos fadados ao fracasso, ou a máxima do fardo de fados... Namoradores da desilusão... Aficionados por perdas... Encantados por cantos e trovas de agouro...

O nariz asiático do Irã com sua bagagem religiosa oriental ortodoxa no fio da navalha de gatilhos e estiletes de explosivos, bombas, morteiros, e nucleares. O ódio saltando pelas costeletas. A ausência de amigos numa terra onde é a zebra do patinho feio. Os pelejadores iranianos fazem parte da decantação do roteiro. Cultura coberta por lençóis, futebol descoberto por limitações...

Da América do Norte, o cabeça-chapeleiro: o país mais próximo do céu, e tão perto dos estadunidenses... O México vêm com dedos trapaceiros nos pés, mais surrupiador do que nunca dantes. Elenco trabalhoso e dificultoso. Com objetivos firmes e focados, tão ou mais que a recuperação fronteiriça realizada no diariamente de confrontos texanos.

Porém os males e idos são portugueses! A Lusitânia outrora dona do mundo, numa época em que o mundo era plano, calhou de encarar de estréia, no princípio do bico, um dos rostos de suas inúmeras sangrias: a dona Angola, o cú de Judas. Portugal tem no comando, no leme do barco sebastiano, um franco-atirador dos pampas, e nas espáduas deste comandante tentará lançar mão de seus fantasmas agrícolas e escravocratas. Mas da coxa africana, os angolanos reconhecem sua virgindade. E por isso, como casamenteiras, jura contorcionismos para evitar os estufares... Das redes, dos gols, das traves, dos barbantes!... E por daí adiante ser de vez por todas independente de suas eriçadas particularidades.

C e D: serão frios e cruéis assassinatos, donde duas mortes restarão para assombrar os outros talentosos dos mares!

Enviado por Rufus Melancólico

terça-feira, maio 30, 2006

!SIMON INDIGNA-SE: CADÊ O DVD “VAGABUNDO – AO VIVO”, DE NEY MATOGROSSO e PEDRO LUÍS & A PAREDE?!

Em julho do ano passado, 15 ou 16 de julho, acho, estive em São Paulo numa aparição relâmpago (ainda não fazia parte da loucura paulistana) para assistir um show no qual registrava (santas câmeras!) o encontro musical de Ney Matogrosso com o grupo carioca Pedro Luís & A Parede. Era Vagabundo, o show baseado no disco de mesmo nome lançado pelos artistas em abril de 2004. Em duas noites que lotaram a casa de shows Olympia (templo musical que lembrava bastante as paisagens gregas e que hoje se transformou numa casa de cultos e espetáculos evangélicos – cruuuuzes!!!!), um público cantou, dançou e se deliciou com a performance do novo “conjunto” (que além de Ney, Pedro e a elegantíssima Parede, contavam com os músicos Ricardo Silveira (guitarra) e Pedro Jóia (alaúde), além de Glauco Cerejo nos sopros) e pôde ver o resultado final em um especial de fim de ano exibido pelo Canal Brasil. Uma das pouquíssimas iniciativas inteligentes da TV em tempos de sensacionalismo barato como os famigerados BBBs!

Elogios à parte, a gravadora Universal prometeu aos fãs e apreciadores deste encontro que o registro destas noites TAMBÉM poderia ser visto em DVD, que está para sair desde o início deste ano (depois de algumas promessas de datas de lançamento)! E cá estamos nós a esperar como lusitanos aguardando ansiosamente pelo retorno de D. Sebastião!

Infelizmente em tempos de MP3, de pouca criatividade musical de determinados setores da Música Popular Brasileira contemporânea (ou de estelionato musical, como alguns apontam!), a indústria fonográfica prova, nos dias de hoje, o pão mais amassado pelo diabo que hoje atende pelo nome de capital! Por isso, lançamentos em CD ou em DVD de artistas que não ocupam com freqüência ou sensacionalismo as vitrines midiáticas como Ney Matogrosso e Pedro Luís & A Parede é algo quase como herético! E onde fica o bom gosto musical? Onde se relega o espaço para a estética musical de qualidade? Nos arquivos das gravadoras que insistem em manter trancafiadas as obras completas não apenas de artistas que já fizeram tanto pela nossa música como Ney, como também as obras de Maria Bethânia, Rita Lee, Ângela Maria, Carmen Miranda, Simone, Itamar Assumpção, Tom Zé, Tim Maia (relançar apenas o Tim Maia Racional não adianta!) e outros?!

Há tempos aguardava-se esta reunião. Em seu álbum Olhos de Farol (1999), Ney já tinha gravado duas canções com Pedro Luís & A Parede: “Miséria no Japão” e “Fazê o quê” (ambas de autoria do próprio Pedro). Em 2002, a trupe se juntou ao astro em apresentações do MPBr (projeto musical patrocinado pela Petrobrás e que resultou em um DVD com os melhores momentos das apresentações não apenas de Ney & PLAP, mas também de outros artistas). A partir daí, a parceria já estava mais do que sólida.

Na faixa que abre o CD, por exemplo, “A ordem é samba” (de Jackson do Pandeiro e Severino Ramos), vemos que eles não nos oferecem apenas samba, mas canções de um quilate diferenciado – uma musicalidade diversificada pela percussão, guitarras, o sopro de Glauc Cerejo e o finíssimo alaúde do português Pedro Jóia, além de letras de caráter crítico, juntamente com as melodias que colam no ouvido são ingredientes fundamentais deste trabalho, enfim, um encontro para ficar guardado na memória e no inconsciente coletivo da nação brasileira.

No entanto, este projeto não é composto apenas de canções novinhas em folha. A trupe revisitou alguns clássicos do cancioneiro popular brasileiro como “Assim assado” (de João Ricardo), cuja versão original está no primeiro álbum do Secos & Molhados (1973), “Disritmia” (Martinho da Vila) e “Napoleão (da ex-dupla de cantoras e compositores Luhli – hoje com H! – e Lucina que já integrava o repertório solo de Ney). Dentre as canções da nova safra, destacamos “Seres Tupy”, “Tempo afora”, “O mundo”, “Jesus” (que quase foi o título original deste trabalho!) e a própria faixa-título, composta por Antônio Saraiva.

Vagabundo nos mostra o Brasil de hoje. Uma nação de vários tipos de batuque e poesia, repleta de riquezas, mas também de profundas contradições. Infelizmente “de Porto Alegre ao Acre / a pobreza só muda o sotaque” de um país onde “O guarda belo é o herói / assim assado”. Por outro lado, “salve a agricultura celeste” de Clementina de Jesus, de Chico Science, de Chacrinha, de Ney Matogrosso, de Pedro Luís & A Parede, de Secos & Molhados e de muitos outros que têm ou tiveram “o tempo do mundo / (...) o mundo afora / onde mora a ternura ...” dentro do coração de cada um. Salve a agricultura do batuque, da poesia, de vagabundos inteligentes do Brasil!

Por isso, renegar o lançamento deste DVD é uma espécie de renegar a história cultural de uma nação. Como se acredita que este é um país no qual a história não possui lá muita importância, não me surpreenderá se um dia este lançamento jamais venha à luz. De qualquer maneira, deixo para o final alguns versos que fazem deste trabalho um Vagabundo de primeiríssima qualidade:

“NEM TODO CONSELHO É BOM NEM TODO AUTOMÓVEL, TÁXI NEM TODO SOPRO É DE SAX NEM TODO FILET, MIGNON NEM TODA ARTE É UM DOM NEM TODO VOTO É SECRETO NEM TODO AMIGO É DISCRETO NEM TODO BATUQUE É SAMBA NEM TODA CASA É DE BAMBA NEM TODO MALANDRO, ESPERTO” (Vagabundo – Antônio Saraiva)

“Todos somos filhos de Deus

Só não falamos a mesma língua”

(O Mundo – André Abujamra)

“Cada ser tem sonhos à sua maneira”

(Noite Severina – Lula Queiroga / Pedro Luís)

Seres ou não seres

Eis a questão

Raça mutante por degradação

Seu dialeto sugere um som

São movimentos de uma nação

(Seres Tupy – Pedro Luís)

“Mas quem é que sabe o nome desses 100 soldados

Quem é que sabe o sobrenome desses 100 soldados

100 soldados sem velório

100 guerreiros sem história

100 minutos sem memória

Sem certo e sem errado

E quem sabe me dizer se são 100 soldados?”

(Napoleão – Luhli / Lucina)

“Dizem que Jesus morreu na cruz

Mas eu tive com ele na Dutra, em Queluz

Levava na cabeça um tabuleiro de cuscuz

Cocada de céu, cocada de luz

Jesus, Jesus...”

(Jesus – Gustavo Valente / Lucas de Oliveira / Dado / André Pessoa / Rodrigo Cabelo / Beto Valente / Pedro Luís)

“A inspiração vem de onde

Vem da tristeza, alegria

Do canto da cotovia

Vem do luar do sertão

Vem de uma noite fria

Vem olha só quem diria

Vem pelo raio e trovão

No beijo dessa paixão”

(Transpiração – Alzira Espíndola / Itamar Assumpção)

“Fica a fumaça no cachimbo

Fica a semente no limão

Fica o poema no seu limbo

E na palavra um palavrão”

(Inspiração – Gilberto Mendonça Telles / Pedro Luís)

Enviado por Mr. Simon

segunda-feira, maio 29, 2006

Fora do ar...

Por problemas técnicos o texto de hoje não foi publicado.
Amanhã voltaremos normalmente!

Segunda feira que vem não percam a coluna com Joy!

Enviado por Simon Diz

domingo, maio 28, 2006

Não me lembro qual era o dia da semana

Não me lembro qual era o dia da semana. O mês acho que era janeiro. A noite estava quente e seca. Ele chegou de uma viagem de uma semana e a primeira coisa que fez foi me telefonar: disse que queria me ver eu disse-lhe que viesse a minha casa. Ele veio. Bebemos juntos, fumamos e rimos juntos, ouvimos nossas músicas preferidas, falamos sobre o que sempre falávamos, declaramos nossas saudades e trepamos. No quarto pequeno, quase todo tomado pela cama de casal, sob a luz de um apajur que alaranjava a luz da lâmpada comum, nossos corpos, sem saber, se entrelaçavam pela última vez. Rápido demais nos satisfizemos, quase sem calores e suores. Ele deslizou os dedos pelos meus cabelos, agora embaraçados e me deixou só, para ir ao banheiro. Nua na minha cama, deixei meu corpo perceber o contato com o lençol amassado e acendi um cigarro. Ele voltou, deitou ao meu lado, igualmente nu, pediu um cigarro dos dele - mais fortes que os meus - e eu não mais resiste: falei. Tal como se elaborasse uma peça judiciária, expus meus sentimentos, disse que o desejava e que o queria para parceiro na vida e não para amante eventual. Lembrei de todas as nossas afinidades e dos inúmeros episódios alegres e felizes que havíamos vivido juntos. Argumentei que ele era adequado para mim e eu para ele. Afirmei que seria fácil e simples, afinal já nos gostávamos, já éramos amigos e já nos conhecíamos há anos, de modo que não teríamos certas dificuldades que casais que pouco conhecem um do outro costumam enfrentar. Ele ouviu com atenção e disse que muito me amava. Repitiu muitas outras vezes que me amava. Lembrou-me de como eu era importante na vida dele e que me queria eternamente em suas aventuras. Repitiu tantas outras vezes que me amava e que não queria me ver sofrer, sob nenhuma hipótese. Porém - e sempre existe um porém -, insistiu que não me amava como a uma namorada, mas apenas como uma boa amiga, cujo carinho e afinidade eram tão intensos que, por vezes, realizava-se também sexualmente. Ele não deixava de ter razão... mas, por que não?! Eu perguntei. Ele respondeu: porque falta alguma coisa. Que coisa? - continuei a perguntar. A faísca da paixão - ele respondeu. FAÍSCA DA PAIXÃO! Que porra é essa? Que abstração absurda! Que dogma é esse? Isso tudo eu pensei, mas não falei. Falta magia - ele continuou. Mais magia do que já havia entre nós! Que porra de magia ele queria? MAGIA! Afinal, do que ele estava falando? Qual o índice ele usava para mensurar essas abstrações? Estavamos no âmbito do incomunicável! Isso tudo eu também pensei e não falei. Não havia mais o que discutir. Ele sugeriu que dormissemos. Aceite a sugestão. Então, ele me puxou para junto dele, abraçou-me e adormecemos de corpos colados mais uma vez e pela vez derradeira...

sábado, maio 27, 2006

O esperar

Há uma frase do filósofo Nietzsche, do livro “Além do Bem e do Mal”, na qual ele bendiz o esquecimento. “Abençoados os que esquecem, porque aproveitam até mesmo seus equívocos”. Essa frase, aliás, foi utilizada no roteiro do filme “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, do Charlie Kaufman, um excelente filme. Mas, digressões à parte, o mote aqui não é o esquecimento e o que pretendo não se trata de um elogio. Não vou aqui bendizer nada, ao contrário vou maldizer. Sim, é exatamente isto: trata-se de uma queixa, mais, uma execração. Uma execração à expectativa. Quero aqui execrar, abominar, tripudiar a palavra e o significado de “expectativa”. Se formos consultar o dicionário, estará lá, de forma bem clara: “expectativa: situação de quem espera a ocorrência de algo, ou sua probabilidade de ocorrência, em determinado momento”. Palavra derivada do substantivo latim ex(s)pectatum, do verbo ex(s)pectáre, significa estar na expectativa de, esperar, desejar, ter esperança. E aí está nossa ruína, nossa perdição: ante um acontecimento criamos expectativa, cultivamos o desejo de que algo seja como gostaríamos que fosse e ficamos ali, esperando, esperando, ansiosos, antevendo coisas, prevendo e antecipando situações, imaginando coisas e mais coisas. E, quando chega o momento do encontro, seja ele qual for, com alguém ou alguma coisa, fato, acontecimento, pronto! Estamos prestes a nos decepcionar, a nos frustrar, a cair das nuvens (o que, segundo Machado de Assis é melhor que cair de um terceiro andar). Estava lendo ontem, na Internet, que o filme “O Código Da Vinci” foi mal recebido na sua estréia no badaladíssimo Festival de Cannes. Li que deram risada do filme (que não é uma comédia), não gostaram da atuação da Audrey Tautou (a adorável Amélie Poulain) e criticaram, vejam só, a performance do indefectível Tom Hanks, que muitos pensavam que só havia pecado no filme pelo penteado escolhido. E saíram decepcionados da “grand première”. Também ontem conversava com uma amiga sobre o novo CD do Chico Buarque, o “Carioca” e falávamos sobre a expectativa que o lançamento de um novo trabalho de um artista como Chico Buarque provoca. Há aí a questão do parâmetro. Sempre se compara o novo trabalho com o anterior ou os anteriores. É, de novo, a expectativa, a maldita expectativa, que muitas vezes nos tira o prazer livre e destituído de pré-concepções de curtir algo de maneira mais leve, que nos impede de receber de peito aberto o que vem, sem comparações, sem especulações, sem ficar imaginando como deveria ser algo que quase nunca é como imaginávamos (isso não vale para fãs incondicionais, que sempre acham tudo do seu artista favorito maravilhoso). Lembrando da frase inicial do Nietzsche, vou parafraseá-la: “Amaldiçoados os que esperam, porque deixam de aproveitar a plenitude que as coisas oferecem!” Muito mais simples seria a vida assim: você vai, sem grandes expectativas ao cinema e o filme, que até pode não ser lá essas coisas, passa a ser legal, divertido, diferente, até surpreendente, pelo simples fato de que você não entrou na fila da bilheteria ou o selecionou no jornal imaginando que ele seria desse ou daquele jeito, melhor que o anterior, parecido com aquele outro. A mesma coisa com o CD que você vai comprar, um livro, um show de samba, uma peça de teatro. Você vai simplesmente conferir como é e curte aquilo que se apresenta. Assim fica muito mais simples para a vida nos proporcionar pequenas ou grandes surpresas. O mesmo vale para as relações: se você não cria expectativas (ou ao menos expectativas demais) sobre uma pessoa, amor, amigo, parente ou colega de trabalho, não corre tanto risco de se decepcionar depois caso ela não veja o que você vê, caso ela não entenda você, caso ela não dê importância ao que é importante pra você. Ou se depois de um encontro que pra você foi perfeito ela não ligar, se ela não corresponder o teu amor à altura, se ela não for exatamente como naquele sonho que você cultivou tanto tempo. Se a gente se despir das pretensões, se a gente conseguir abrir o peito e se lançar nas experiências livres de tanta expectativa, a gente vai se permitir enxergar além do óbvio, além do que já havíamos concebido, além do esperado. Teremos uma experiência muito mais rica, como a da criança que se deixa surpreender com o novo, que faz cara de espanto, que ri, que tem os olhos brilhantes e a vontade de descobrir o que vem a seguir, sem descartar de cara as possibilidades que podem vir depois. Ou como quando você está de maneira desavisada na fila do cinema, andando na rua ou tomando aquele café numa mesa na calçada e, de repente, não mais que de repente, avista o grande amor da sua vida. Só que até então você não sabe disso. O coração não mandou recado, não mandou aviso prévio, você não esperava e eis que assim, sem nem imaginar, você encontra o amor da sua vida. E talvez ele não seja lá um Tom Hanks ou uma Audrey Tautou (fora do Código da Vinci) e nem tenha o charme e a poesia de um Chico antigo ou atual, mas àquela altura, pra quem não esperava, para quem estava só aguardando a sala do cinema abrir ou o café esfriar um pouco, você conseguirá perceber que pode ser um achado e tanto, que você estará no lucro, que aquilo pode ser não menos que absolutamente fantástico e que o sumo da felicidade não é muito mais que isso. Está ali, bem ao seu alcance e pode ser muito melhor do que você nem esperava.

Verso incidental: “Não esperar é ser livre”. (Retirado de um poema meu).

Enviado por Miss Marple
(aos sábados, com dona Anne)

sexta-feira, maio 26, 2006

É para rir? Desculpa, pois não consigo nem chorar

Sei que sou a presidente do clube oficial das peruonas de meia idade, não vou negar. Mas, gentem, tem certas práticas que minhas colegas fazem que são totalmente “incaráveis”. É melhor até ter cuidado, pois se você encarar uma dessas peruas de perto é capaz de ter pesadelo à noite. Explico: repare o semblante das principais atrizes dessas novelas da noite. A maioria delas não está parecendo irmã uma da outra por parte de nariz, de pescoço, de “beiça” e de olhar (diabólico, claro...)? Parece que todas saíram da mesma fôrma (ou daqueles moldes de bonecas vagabundas da Grow..). Pelamores!! É botox para tudo quanto é lado e canto. Onde tem um risco ou uma prega, lá está o botox (e em todas as pregas, diga-se). As meninas – sim, meninas, pois isso não é mais coisa de velhota – não conseguem esboçar um espirro sequer. Os olhos, então, tornaram-se andróginos, sem brilho, sem emoção, esticados. A coitada da Lucélia Santos (que está com um corpo impecável e invejável, devo admitir...) não consegue nem mais fazer jus a todo seu talento de atriz por causa do maldito botox que tomou seu rosto inteiro. A toxina está prejudicando até a sua dicção. Fora que toda aquela expressão forte, e ao mesmo tempo doce, que víamos em sua interpretação nos tempos da Escrava Isaura foi por botox abaixo. É uma pena... E por essa trilha seguem Danielas Cicarellis, Flávias Alessandras, Elisângelas, Glórias Menezes e companhia... Tomara que pelos próximos trinta anos, a loira Adriane Galisteu mantenha o que declarou para a revista Contigo! desta semana, ao comentar como se imaginaria no futuro: “cheia de rugas. Eu sou totalmente contra plástica. Acho esquisitíssimo uma mulher de 60 anos fazendo de tudo para ficar com cara de 30... Acho lindo uma pessoa de 60 anos ter consciência de sua idade e saber ser bonita aos 60. A mulher precisa entender isso”. Da-lhe Galalau, pela primeira vez na vida coloquei fé em você. Para as meninotas aspirantes a atrizes, só digo o seguinte: sigam o exemplo da primeira-dama da televisão brasileira Fernanda Montenegro, que com seus setenta e tralalá vai do riso ao choro e da raiva à ternura, com leveza e naturalidade graças a elas, as benditas rugas!


Enviado por Danuzah Coelho

quinta-feira, maio 25, 2006

Vai ser burro assim lá na...


Tem coisa que não dá para acreditar. São Paulo em pé de guerra. Abandonada. Sem governo e sem prefeitura numa conjunção dos infernos. Pessoas sendo executadas nas ruas... E um bando de acéfalo em filas para assistir um filme merecedor da maior Cereja de Ouro do mundo, tamanha sua mediocricidade!!!!

Não está entendendo? Explico. Semana passada, no dia 19 de maio, o filme "Código Da Vinci" teve sua estréia mundial nos cinemas. Baseado no livro homônimo, ambos são piores do que todos os livros do Paulo Coelho juntos. Não tem credibilidade. O livro inteiro é uma chacota! Em suas primeiras páginas, o autor avisa: "este livro é baseado em fatos". Uma pinóia! Não há nada ali que possa ser comprovado. Mas 14 milhões de pessoas no mundo (número de vendas do livro) acreditaram! Não dá para acreditar.

O livro tem tantas falhas e é tão mal feito que na sua versão na telona não poderia ser diferente. Foi classificado como "Gincana Religiosa" pela revista Veja. Não tem como levar a sério. São tantas as falhas que a cada minuto um especialista aponta para um erro. Dos mais graxos, e resumidamente, são estes:

1) Segundo Dan Brown, autor da "obra", Jesus e Maria Madalena teriam um "caso". A prova seria a tela desenhada por Leonardo da Vinci, a Santa Ceia. Segundo o "Gênio", a figura ao lado direito de Jesus não seria o apóstolo João e sim, Madalena. Sem comentários. Em todas as obras renascentistas as figuras mais jovens são pintadas de maneira andrógina, feminina.

2) Dan Brown aponta que, na mesma figura, há uma ausência do Santo Graal, ou cálice Sagrado. Isso significaria que está ausente porque Madalena é quem recebe o sangue de Jesus. Quanta jeguice. Em várias pinturas da Santa Ceia o cálice não está presente, não só neste quadro de Da Vinci.

3) No filme, o autor revela a existência de uam sociedade secreta (óóóó) chamada Priorado de Sião. Segundo a imaginação do mesmo, ela teria sido fundada em 1099 para guardar a verdade sobre a descendência de Jesus e Madalena. Asnice! É provado e sabido que o verdadeiro Priorado de Sião foi uma COnfraria estabelecida em 1956, na Europa, numa brincadeira inocente!

Tem como levar a sério???? Isso são algumas incoerências pinçadas a esmo. Existem mais de 100 erros desses no "Código da Vinci" (filme e livro) apontado por milhares de especialistas no mundo!

Mas a maior façanha do livro não é essa. O mais bacana (e daí eu tenho que dar minha mão a palmatória) é a capacidade deste autor em reunir, de maneira primorosa, mais de 14 milhões de idiotas no mundo que compraram sua obra e levantar 250 milhões de dólares do bolso de milhares de cretinos em único dia! BRAVO! Em pleno século da informação, como existem (ainda) cabeçudos nessa vida... Quer aprender algo? VAI LER E ESTUDAR A BÍBLIA, BANDO DE ANTAS!

Hackeado por Jussara Justa

quarta-feira, maio 24, 2006

A PELOTA in AxB

Desde 1930, excetuando os malogros tempos da Segunda Grande Guerra, a cada quatro viradas de calendário, o esférico planeta que nos guarda em constante giramento interrompe seus movimentos por motivos de espetaculares embevecimentos. Os bilhões de pessoas envoltas num rodamoinho cotidiano param suas particulares cirroses circunflexas para o mor da bola do mundo correr.

É a décima oitava vez que o drama e o renome maior das pelejas mundanas dará sua arte no imortal de um adjetivo: o fenômeno de Yokohama; a zina de Saint-Denis; a redenção de Los Angeles; o eclipse de Roma; o divino da Cidade do México; a melúria de Madri; o rudimento de Buenos Aires; a tragédia de Munique; a perfeição da Cidade do México; o patriótico de Londres; a ginga de Santiago; o nascimento em Estocolmo; o delubro de Berna; o silêncio do Rio de Janeiro; a glosa de Paris; a apelação de Roma; e o olímpico de Montevidéu...

Cada verbo final é um romance versado à margem do sucesso e do fracasso.

E pela segunda oportunidade histórica, a Germânia sediará o maior e melhor e mais megalomaníaco certame mundial do rude esporte bretão. Há 32 anos rasgados, os bávaros fizeram com frieza e pontualidade uma das maiores tragédias do compasso das Copas, tirando do suco da Laranja uma conquista inquestionável, mas para sempre lamentável, pelo mecânico dos ares caseiros e ocidentais do Olympiastadion.

Desta vez, num âmbito unificado e com forte poderio econômico, cirúrgico êxtase de vitória, a dona da casa, a mãe Alemanha, apoiada na tradição regulamentar das duas últimas competições, e cabeça do colóquio A, vai de enfrente aos seus adversários e suas próprias limitações.

Contra os caribenhos da Costa Rica, as consoantes da Polônia, e os delírios incas do Equador, a cervejaria alemã e a verve inteligente e depressiva de filósofos, músicos e discípulos de Goethe, têm como seta um único alvo de pódio, o título! Enquanto poloneses, costarriquenhos, e equatorianos dançarão seus mambos, suas salsas e suas óperas na busca de uma das dezesseis vagas de vanguarda.

Vá lá! No entretanto, no vizinho, no emparceramento seguinte, os esquetes sobreviventes de A se trançam com B, num catacego faiscante!

Ingleses, Paraguaios, Suecos, e os capetas minúsculos de Trinidad e Tobago são os habitantes de um quadrante grupal tão tenso quanto corda de violino.

Sem responsabilidade nenhuma, o pedaço de gente da Copa, o menorzinho dentre os países participantes, é negritude em riso só. Diabrento cuspidor de capim, os de Trinidad, os de Tobago, estão no nem aí, e pra fazer capetice tipo saci é um bico de beiço vermelho! Na contramão do humor, os louros e desenvolvidos azulados da Suécia, todavia um incauto na chuteira. Despressionados pelo favoritismo e gélidos nos glóbulos, os suicidas da Escandinávia vêm para abrilhantar os corações pueris das donzelas, e se piscados os olhos, arreganhar soluços dos marmanjos.

Mas o que pega é guerra!

A súdita Inglaterra e o guarani Paraguai, são árticos enraivecidos pelo tempo... De uma emboscada sem mar, os falsificadores estão no horror de uma gravidez de desejos: a glória! a glória!... Massacrados e usurpados na sangria do passado pelos três campeões latinos, o véu de seda enrustido paraguaio vai às armas com cravos defensivos e cabeçadas pontiagudas. Enquanto a ilha britânica unida, protegida por Deus e pela rainha, amaldiçoa, blasfema, urdi e fere, com arrogâncias e sotaques, qualquer outro score que não seja a bola de fogo de Blake e as portas da percepção de Huxley! Quarenta anos após seu primeiro e único berro, o que existe de bom na Grã-bretanha, é a maldade brotando pelas pupilas brancas!

A e B: no meio desse rebolo de dois continentes, seis seleções ficarão a deriva, e outras duas ficarão num bote, sem salva-vidas!...

Enviado por Rufus Melancólico

terça-feira, maio 23, 2006

SIMON EM FRAGMENTOS: DE VOLTA DO CAOS!

* Alguns pedidos...

Primeiramente, gostaria de fazer um pedido de desculpas ao coordenador de nossa querida organização – batizada simpaticamente de A Nata – por não ter conseguido enviar minha dose de cafeína das últimas semanas. É um desastre ter que depender de ferramentas autoritárias como a Internet para poder se afirmar enquanto sujeito que gosta de pensar um pouquinho... Enfim, problemas cibernéticos solucionados, fica aqui o registro de desculpas não apenas ao estimado coordenador, como também aos leitores por ter sumido por tanto tempo!

* E este é o mês delas... outra vez!

E mais uma vez o mês de maio está entre nós não apenas para que o cursor do tempo prossiga com a sua tarefa, como também para celebrar o mês das moçoilas de branco que vão para uma instituição religiosa (ou afins) para consagrar o “SIM” e acreditar que a vida vai se transformar num belo conto de fadas pós-moderno (existe coisa mais absurdamente irreal do que a velha expressão “E serão felizes para sempre”?!). Outro dia, estava eu caminhando pelas avenidas desta cidade frenética que vive a 200 km / h quando me deparei em frente a uma banca de jornal vislumbrando uma quantidade gigantesca de revistas de noivas, de casamentos, de como ter o bolo mais mirabolante e perfeito, enfim, de como ter a cerimônia de matrimônio mais bem-produzida... Pergunto-me quanto realmente vale ter que sonhar acordado para a realização de uma noite... Enfim, coisas de gente convencional. Como o autor destas linhas (assumidamente amargas) foge do padrão tradicional, a observação cabe!

* E mais uma vez este é o mês delas... mais uma vez!

E as lojas de departamentos andaram em polvorosa novamente! Sim, porque este é o mês das mães. No segundo domingo do mês de maio, comemorou-se mais uma vez o famigerado “Dia das Mães” e, neste exato momento em que você deve estar lendo estas linhas de café sem açúcar e sem adoçante, pessoas devem estar pensando em qual agrado vocês atribuíram a mais amada de todas as mulheres. Sinceramente, acho esse negócio uma tremenda besteira! Não porque acredito que o dia dedicado às nossas mães deveria ser todo dia, mas porque muitos possuem a ilusão de que o amor deveria ser medido em presentes. Como há muito tempo eu fiz que nem uma personagem de um filme de Júlio Bressane, matei (simbolicamente) a família e resolvi ir ao cinema de meus sonhos mais íntegros e mais selvagens, acho qualquer tipo de reunião familiar uma coisa forçada e nada autêntica onde muitos se juntam para fofocar confidências da vida alheia ou posar para retratos de família com aquela cara de falsidade que todos nós conhecemos...

Acho que, hoje em dia, eu estou mais do que nunca de acordo com o pensamento do eterno beatle John Lennon em um de seus clássicos mais perenes, Mother: “Mother, you had me / But I never had you”... Ou talvez eu esteja de acordo com um personagem principal de Manhattan, de Woody Allen (que não passa de um escancarado alter-ego do próprio diretor!), que dizia que foi difícil sobreviver ao poder de uma mãe, quanto mais ao poder de duas! Talvez isso soe para vocês como um trauma daqueles que possuem mães judias, ou daqueles que possuem mães italianas, ou daqueles que possuem mães portuguesas, ou daqueles que possuem mães neuróticas, ou daqueles que possuem um pouco das loucuras de todas essas juntas!

* E o caos imperou no mês de maio!

Uma semana após a barbárie promovida nas ruas de São Paulo, encontrei um pouquinho de lucidez para relatar o que eu vivi neste empório de medo que Marcola e o PCC fizeram de nós. Fiquei dias em casa acuado, morto de medo e impressionado não apenas com a inteligência do crime organizado (que consegue ser mil vezes maior do que a massa cerebral do Lula), mas com o sensacionalismo que se via nas telas da TV! Mas o pior de tudo era ver a cara do Cláudio Lembo, governador de São Paulo. Alguém poderia me dizer quem foi que inventou aquilo?! Ainda bem que ele confessou aos jornais que ele está rezando para que os sete meses restantes do governo se findem logo! E nós também estamos na torcida!

* E ela está de cara nova!

O visual novo da Folha de São Paulo está uma beleza! Deu até prazer em voltar a ler jornais impressos...

* Mother Mary, help me!

Acho que o me resta é recorrer mais uma vez a Let it be (a canção e depois o disco, que é do cacete!) e pedir que Mother Mary nos mande uma dose de words of wisdom para que ainda tenhamos de ter chances e respostas para resistir neste mundo de hipocrisia e meias verdades chamado sociedade! E também aproveitarei para pedir a vontade de prometer cafés mais adocicados e suaves...

Enviado por Mr. Simon
(welcome back!)

segunda-feira, maio 22, 2006

O Poço de Piche

Hoje não estou enviando um texto de minha autoria. Esta é uma parábola muito interessante de Kryon, canalizada pelo Lee Carroll. Enjoy!


O Poço de Piche

Imagine-se, juntamente com muitos outros seres humanos, em um poço de piche, sujo da cabeça aos pés, incapaz de se mover rapidamente de um lugar para outro, devido à densidade do piche. À medida que se move você se acostuma com esta situação e ano após ano sua vida é vivida desta forma juntamente com os outros. Assim como a gravidade do planeta, a cobertura de piche é simplesmente aceita – um fato da vida para todos. Este é seu estado imaginado

De repente, mas calmamente, Deus lhe oferece um presente. É uma ferramenta "mágica" que limpa seu corpo e o mantém limpo, mesmo estando no poço! Como um campo energético, ele realmente repele o piche à medida que você transita por ele. Você aceita o presente e o trabalho que o acompanha e começa a aprender a como usá-lo. Lentamente você se transforma. Para os outros você começa a se destacar, porque é diferente – limpo e ágil, enquanto eles se movem à sua volta, ainda envoltos pela substância escura. Você começa a perceber como você co-criou esta realidade para si, mas também percebe que foi um presente muito pessoal e permanece em silêncio.

Você acha que os outros à sua volta irão ignorá-lo à medida que se move livremente sem o piche o tocando ou sobrecarregando seus pés? Eles verão o piche tocar seu corpo sem nunca sujá-lo. O que acha que irá acontecer? Ah! Olhe! Eles estão prestes a se transformar! A primeira coisa que irá acontecer é que onde quer que vá, haverá espaço, porque eles limparão o caminho para você. A segunda coisa é que eles irão perguntá-lo como algo assim é possível. E quando eles encontrarem a "ferramenta mágica de Deus" , cada um deles começará a usá-la por eles mesmos, e mais seres humanos também estarão "limpos" – cada pessoa criando para ela mesma pessoalmente, assim como você fez para si mesmo.
À medida que continua silenciosamente sua vida, observe o que está acontecendo àqueles à sua volta. Mais da metade deles estarão "limpos" sem o piche a cobrí-los. Pare e pense sobre o que realmente aconteceu. Você não evangelizou seu presente ou pediu a essas pessoas que mudassem para você, e no entanto, elas mudaram de qualquer maneira. Isto mostra como a mudança de apenas um desencadeia a mudança de muitos!

Nós dizemos a você meu amigo (a) que quando você se transforma, é o começo da transformação de tudo o mais à sua volta. As pessoas não podem permanecer as mesmas quando sentem paz e amor emanando de você. É desarmante e encantador ao mesmo tempo. Como um ímã entre outros ímãs, sua nova polaridade irá eventualmente afetar o alinhamento de cada um à sua volta, e sua existência nunca mais será a mesma.
E assim é.

Kryon



Enviado por Joy

domingo, maio 21, 2006

ELE

Uma música bonitinha - de uma banda que não é a minha predileta, mas que largamente feriu meus ouvidos, porque o era da irmã de quarto comum, antes do levante -, diz que dentro de um cigarro não se guardam nem mesmo cinco minutos. Outra, mais singela – de uma diferente banda, que me é mais agradável -, atribui ao tempo o aposto de “mano velho”, amigo dileto que sabiamente só nos interrompe no final. Estou a pensar nelas, porque sinto, como nunca antes, que o tempo me escapa: os segundos, minutos e horas – essa invenção medieval que nos serve para medir o tempo – esquecem constantemente de me avisar que me deixam e se perdem na minha memória distraída. Não os vejo sair pela porta da minha casa, como o amante eventual que deixa a alcova, ainda quando dorme a parceira de jogos noturnos. Não me pedem permissão antes de mesclarem-se com o horizonte. Dissolvem-se antes mesmo que eu escolha como quero desfrutá-los. Frustro-me, decepciono-me com minha inexatidão e falta de habilidade para domá-los conforme minha conveniência. Porém, não deixo de louvá-los quando correm acelerados, ainda sem me avisar, e me curam as feridas. Considero o tempo o mais antigo e querido dos amigos quando permite que eu me perca em suas medidas e me faz esquecer que ele continua a correr, para me fazer renascer em mim, como outra. Amigo e algoz, amado e odiado. Confesso, contudo, que me aborreço quando o uso indevidamente, tal como agora, quando o perco para a articulação de amenidades, de “lugares-comuns”, os quais, no entanto, me falam de tão perto. Confesso, ainda, que lhes devo desculpas, meus caros leitores, por obrigá-los a leitura de reflexões menores e que, de tão íntimas, são arbitrariamente confusas. Mas, meu caráter genioso obriga-me a escrever, hoje, somente sobre o que desejo. E meu desejo, agora, é trancafiar o tempo, paralisá-lo, estacioná-lo apenas por uns dias, para que mais uma vez ele não se torne meu algoz e seja sempre meu fiel e constante amigo.

Miranda Belvedere

Em Devaneios...

Voltando em breve, after 21h.

Aproveite e veja o Devaneios!

sexta-feira, maio 19, 2006

Troféu “soluções”

Olá, queridos leitores. Entre balas, mortos, feridos, bombas e estilhaços, estou aqui, firme e forte, para mais uma coluna chiquetérrima, de alto nível, bom gosto e requinte (e modéstia também). Atendendo a inúuuuuuuumeros pedidos, farei mais uma vez a edição do “troféu calçados”. Dessa vez, os prêmios serão para o quesito “e agora, josé?”

Antes que eu me esqueça, muito obrigada pelas postagens da coluna anterior. Adorei todos os recadinhos. Continuem participando. Quero muito saber o que se passa nessa sua cabecinha. Bijinhos...

Chinelinho de dedo

Novela cheia de misterinho até que é bacana. Começa bem, empolga, prende o público e vira até discussão em mesa de botequim. Mas quando está chegando ao fim é um problema. Toda aquela trama requintada, detalhada e cheia de “causos” se torna uma verdadeira palhaçada sem pé nem cabeça. O autor se descabela (se ainda tiver cabelo) para amarrar as histórias, encontrar soluções mirabolantes para os acontecimentos, enfim... E o pior: deixa tudo isso para o último mês da trama. Nos sete meses anteriores, fica cozinhando um monte de asneira. Todo esse discurso foi para coroar Belíssima, que se atropela na reta final. Entre as piadas, o que é aquele pai da Érica que apareceu do nada, hein? (Esse foi forçado, hein, Silvio? ). E o que é aquela Érica? Que engravidou, sofreu um acidente gravíssimo e pouquíssimo tempo depois estava modelando, linda, leve e solta, com uma barriguinha sarada.... Pelamores!!

Sandália de prata

Vai para o programa Sob Nova Direção 2006. No início do ano, os redatores do humorístico se encontraram em uma situação inusitada: a gravidez de uma das atrizes principais, a fofa da Heloísa Perissé. O que poderia ser um problema (“e agora, josé”), acabou sendo um ótimo gancho para o programa, que nos anos anteriores não tinha absolutamente nenhuma graça. A sacada da direção foi engravidar Belinha acidentalmente (ela foi submetida a uma inseminação artificial por engano). Parabéns, pois fugiram do óbvio sem meter os pés pelas mãos. E o melhor: a atriz poderá trabalhar até os últimos meses da gestação. Essa confusão da gravidez tem rendido episódios impagáveis. Vale a pena conferir...

Enviado por Danuzah Leão

quinta-feira, maio 18, 2006

Brasilia 18%


Novo filme de Nelson Pereira dos Santos, também roteirista fala sobre a capital do poder. É aquele diretor que revolucionou a muito tempo atrás com Rio 40 graus, na época 1956 então um jovem de 26 anos, o filme interligava, ao longo de 24 horas, a história de cinco vendedores de amendoim em pontos turísticos do Rio de Janeiro: Quinta da Boa Vista, Copacabana, Maracanã, Pão de Aúcar e Corcovado. Um dos primeiros filmes inteiramente rodado em locações, Rio 40 Graus apresentava sem disfarces personagens populares com uma dignidade e um humanismo sem precedentes e anunciava o surgimento do Cinema Novo. Lamentável ver que cinema não é como vinho com o passar do tempo fica melhor.


Decepcionou em sua volta, apos 11 anos sem rodar um longa agora, Brasília 18%, que tem como ponto de partida o mistério a respeito de uma jovem assessora parlamentar desaparecida.


O titulo do filme refere-se a
taxa de umidade do ar da Capital Federal e só, nada mais.

Não é de todo ruim, tem algumas características e fatos interessantes, como o nome das personagens que se passam na trama são de escritores bem conhecidos da literatura ou artistas: augusto dos anjos, Olavo Bilac.

A trilha sonora é formidável, assinada por Paulo Jobim, cheia de sensibilidade.

As cenas de jantares entre políticos e conversas mais sórdidas me remetem a mesma mesa de jantar do longa cronicamente inviável, onde a classe alta do pais trata os demais assuntos com desdém.


Assistam, pensem, critiquem

Vamos o que estão esperando ai?

Até

Enviado por Cat Lecat

quarta-feira, maio 17, 2006

A PELOTA in Barcelona Fica Em Paris!

Per specullum!

C´est tout: the rose, el globo, la rosa, the globe.

Teatro mágico contra moinho fantástico. O palco gris da cidade luz, soçobrou-se das tradicionais cortinas e tablaturas, para fazer dos tons esverdeados um tapete recordativo. O episódico ato final: emblemático, quixotesco-fasto, dramático.

Barcelona é um país. Arsenal é uma tradição.

O Barça é o melhor clube de futebol do mundo na ampulheta atual. E é.

Pelas artérias, a tarde parisiense desta quarta-feira, marcou-se pela tenacidade duma quase tragédia shakesperiana. O calculista e mortal xadrez londrino do Arsenal movimentava suas peças, seus bispos, seus cavalos, seus reis, suas rainhas numa frigidez teatral. Franco azarão de uma solidez defensiva invejável, a equipe cosmopolita inglesa fez dois sustos, perdeu a parede num cartão vermelho, tomou sufoco com a ponta do dedo e a bola no poste, construiu um muro de reboteios, e marcou um grito de gol na testa da rede, na múmia da zaga catalã! O primeiro tempo era um crítico chá da cinco adiantado...

Depois dos quinze minutos de encaramento do vácuo, de contemplação do vazio, de flutuações levitantes do sonho da imortalidade, a chuva, o aguaceiro, o torrencial, a tempestade!


Cercado por talentos de todos os lados, rodeado por habilidade de todas as pontas, lapidado por uma babel de todos os cantos, o Barcelona resolveu que ficaria em Paris! Cravado o impulso propulsor imbatível, inderrotável, irrepreensível, insuflado, o vigor foi ao ataque: com bicos, pauladas, petardos, batidas, pancadas, boladas... Quanto mais o tempo corria, mais água caía... O silêncio de um estádio em estado de calamidade. A pressão das veias em pulsão suicida. O olho marejado pelo desencanto de uma ilusão. A nudez da lágrima escorrendo na quietude. O caminho luminoso...

No futebol, no mais rude e cruel dos esportes, quando se perde, perdem-se todos; quando se ganha, ganham-se quase todos...

Os espaços na modernidade das táticas e técnicas do penoso bretão são escassos. A minimitude de detalhes da força de um gesto, ou do encaracolar de um passe, é o saboroso tempero do prato de um título, de uma conquista, de um campeonato. O caminho luminoso... Dois lançamentos escorregadios enquanto a redondeza girava feito pião, feito balão, feito coração... Tento! Tento!

E o Barça sagra-se vencedor vitorioso de uma virada rara!

A Copa dos Campeões da Europa confirma sua cinematografia. A música de câmara, a cor das luzes, o close heróico, a seqüência ativa, o lamento das emoções, a história!... Tudo que é sólido desmancha no ar, mas o futebol é gás!


Enviado por Rufus Melancólico

Cláudio Lembo no SPTV

Cláudio Lembo, governador de São Paulo está ao vivo, agora (12h30), no jornal SPTV para esclarecer sobre a questão da Segurança Pública em São Paulo.

http://sptv.globo.com/

terça-feira, maio 16, 2006

Clipagem das Matérias do Dia

Segue matérias publicadas hoje sobre o quarto dia de ataques. Quarto, porque houve ataque hoje, não é mesmo?

Será que houve um acordão entre governo e PCC?

PM Mata sete suspeitos em confronto na Madrugada.


Rodízio volta na quarta-feira

Secretário admite reunião com Marcola

Alunos retornam às aulas

São Paulo volta a calma

Dois ônibus pegam fogo em aparente manhã de calma


Número de Ataques diminui

Veja Online: Ofensiva do Crime Diminui

Bandidos Atacam Fórum em Osasco

Cúpula do PCC Ordena fim dos ataques hoje

Editado por Bono, 'Independent' fala da violência em SP

Comércio e ônibus volta a funcionar em São Paulo



Onde está o Alckmin








Mandaram uma imagem onde supostamente estaria o nosso ex- Governador, Geraldo Alckmin. Estou há horas procurando e ainda não achei... Alguém conseguiu?

para aumentar, clique na imagem ou aqui

Post Especial sobre São Paulo Sitiada

Continuam as notícias sobre a cidade com o Post Especial

Hoje não tem rodízio em São Paulo

Ônibus funcionam normalmente


São Paulo está sitiada e sem governo. Cadê Alckmin e Serra?

Leia boletins com últimas notícias:

http://cafeinas.blogspot.com/2006_03_01_cafeinas_archive.html

Nosso Jardim

“na primeira noite, eles se aproximam, colhem uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada”.


O Blog Cafeína surgiu com uma proposta diferente. Ele acredita no direito de ser livre, de viver sem censura. E essa liberdade é bem usada. Em todos os dias de publicação não houve abuso. Usada com responsabilidade, ela só traz benefícios.

Durante todo o dia, ontem, ficamos atentos. Como acreditamos na força que um blog pode ter, tentamos passar todas as informações sobre a situação da cidade. E sim, de maneira jornalística. Todas as notícias foram confirmadas por colegas, amigos e fontes confiáveis.

A polícia acusou os internautas por serem fontes de boato. Fonte de boato pode ser qualquer um, até mesmo a própria polícia! Por isso, vale sempre alertar: não importa aonde você conseguiu a informação. Tente saber qual é a fonte da mesma. Confirme com amigos. Sobre as autoridades... Bem, para mim, nem elas são fontes seguras. Pois se o Governador, o senhor Cláudio "Quem?" Lembo, disse para a população ficar tranquila ONTEM, que tudo estava bem...
Não está bem. Estamos sem governador e sem prefeito. Sim. Cadê o Serra? Não iria governar por quatro anos? Não assinou documento para isso? Era mentirinha? Mentirinha o caralho! Passamos dessa fase! Seja homem, senhor Serra! Larga a bomba na mão de outro achando que nada vai acontecer? Kassab é o prefeito. Ninguém conhece esse senhor, a não ser pelo alerta da Marta Suplicy na época da eleição: cuidado, esse Kassab era secretário do Pitta...

E taí. O secretário do prefeito corrupto é o prefeito, o sombrancelha de Taturana é o Governador. Vamos dar um jeito na bandidagem? Melhor hora impossível. Não é só na prisão não. Começa com os políticos sem palavra e corruptos!

CADÊ O SERRA E O ALCKMIN? Armando a estratégia de Marketing, é óbvio...

Enviado por Simon

segunda-feira, maio 15, 2006

Post Especial sobre São Paulo Sitiada

São Paulo está sitiada e sem governo. Cadê Alckmin e Serra?

Leia boletins com últimas notícias:

http://cafeinas.blogspot.com/2006_03_01_cafeinas_archive.html

10 anos

10 anos atrás comprei meu primeiro computador. Era um 586 adquirido em suaves prestações com o meu primeiro salário.

Hoje parece que não vivemos mais sem computadores, telefones celulares e toda essa tecnologia que temos por aí...

O curioso é que um pouco mais de 10 anos atrás vivíamos perfeitamente sem essas máquinas. E vivíamos bem!

Na primeira metade da década de 90, só mexi em computadores da faculdade e olhe lá, pois não existiam muitos disponíveis. Trabalhávamos em DOS com o Wordstar. Os mais “experts” usavam o “Chiwriter”. Os programas era carregados naquele disquete grandão, pois os computadores não tinham HD. E cada vez que eram ligados, tínhamos que carregar o programa na memória do computador para usá-lo.

Naquela mesma época... para nós, estudantes, telefone era só do tipo “orelhão”. Era comum, por volta das 23 horas da noite, o pessoal se encontrar nas filas dos orelhões próximos às suas repúblicas para fazer interurbano, ligar para casa e matar as saudades. 23 horas era o horário que iniciava a tarifa mais barata.

Celular não existia. Telefone fixo nem pensar. Para adquirir um só existiam duas maneiras: comprar no mercado paralelo por o que seria hoje equivalente a alguns milhares de reais ou através do plano de expansão da empresa de telefonia local. Se a pessoa tivesse sorte, ela conseguiria receber o telefone logo, senão, poderia se ter alguns anos de espera.

Os primeiros celulares comerciais que apareceram era verdadeiros tijolos. Exageros à parte, poderiam ser muito bem comparados em tamanho ao telefone-sapato do Maxuell Smart, o eterno agente 86. E hoje, um pouco mais de 10 anos depois, nem Maxuell Smart e nem o Controle poderiam imaginar o tamanho que os atuais telefones celulares iriam ter.

Tudo isso... em pouco tempo atrás.

Hoje somos escravos da tecnologia. Se o micro dá uma pane, parece que não fazemos mais nada. Você nem estaria lendo esse texto, esse blog poderia nem existir ou ser publicado. Telefones celulares são vistos nas mãos de crianças que deveriam estar brincando com bonecas, carros e jogos educativos, não jogos eletrônicos, a maioria violentos, na intensidade que são jogados hoje.

A realidade é que o mundo se acelerou demais nesses últimos 10 anos. A obsolescência passou a ser algo tão atual.

E isso me faz pensar... onde e como estaremos daqui a mais 10, em 2016?

Enviado por Joy


domingo, maio 14, 2006

Ei, você está fora da caverna?

Ei, você está fora da caverna? O danado do Platão quando nos propõe o mito não explica como o primeiro homem sai da caverna. Pede-nos, lépido e faceiro, que imaginemos que um dos vários homens, agrilhoados desde a infância nas sombras da caverna, a deixe. Como bons e respeitosos leitores, ávidos pelo desenrolar da história, atendemos ao pedido. O tal homem deixa a caverna, temos olhos ofuscados pela luz do sol e contempla, pela primeira vez, as coisas tais como verdadeiramente são. E não é pela sua vontade que retorna à caverna; pois, Platão nos faz um novo pedido: pede-nos justamente para que imaginemos esse retorno. Então o vemos atordoado, agora, pelas trevas, novamente a elas habituando seu olhar e contando aos seus antigos companheiros suas descobertas. Desacreditado pelos seus iguais, que julgam falsos seus relatos, é até mesmo ameaçado com a morte, caso lhe ocorra a idéia de tentar libertá-los dos grilhões. Após inúmeros comentadores, notas de rodapé, releituras e aproximações elaboradas sobre a alegoria da caverna, a pergunta que me corrói é pelo índice que determina se um homem está, de fato, fora da caverna ou se ainda contempla sombras e falsidades. Sim, Platão de certa forma nos responde. O homem sábio, o filósofo, sabe que está fora da caverna. Mas, qual a medida da sabedoria? A transcendência, o mundo das idéias? A formação ideal do cidadão? Mas, e se no meu mundo não couber transcendências? E se não me for facultada a formação ideal? Infelizmente não posso me valer de uma pílula que assegure o lugar exato das minhas reflexões: se emitidas ainda da caverna ou se já moram na verdade. Também não conto com um Deus não enganador que certifique a verdade clara e distinta das minhas considerações. Vivo em um mundo sem metafísica. QUERO O ABSOLUTO DE VOLTA! Mentira minha!!! Justifico-vos meu fortuito e já perdido desejo: a angústia do devir é dolorosa. Talvez meu corpo e minha mente repousassem se Alberto os tivesse conseguido convencer de que há metafísica bastante em não pensar em nada.

Enviado por Miranda Belvedere

sábado, maio 13, 2006

Sobre o nada... Again

Em momento de branco, o que dizer?

Nada.

A economia está uma merda, os políticos continuam roubando, e os piores candidatos estão a aparecer. Garotinho faz greve de fome com pacotinho de Bono debaixo da manga e a palhaçada parece não ter mais fim. O que fazer?

Vejo muita gente dando de ombros. E outros dizendo que o brasileiro não luta. Mas lutar contra quê? É muita má fé reunida num só país! Estrapola. Acredito que no mundo inteiro seja assim, mas o Brasil, com certeza, é um dos países mais hipócritas a esse respeito. Porque aparentemente somos bonzinhos, compreensivos... A maior pátria católica, a maior pátria evangélica, a maior pátria espírita, a maior budista... Era para ser um país de santos, não é mesmo??? Nessas horas (se é que Ele existe) Deus pensa... ONDE FOI QUE EU ERREI!

Digo isso e lembro da raiva que brasileiro tem de argentino. Eles são dissimulados, sem classe, falam tudo na lata.... Pois é, mas é uma nação mais inteligente, que lê mais, que luta mais. E diz na cara mesmo, não se disfarçam de "pseudo-bonzinhos"... E aqui, tem o quê? Tem Edir Macedo, acusado ene vezes por corrupção. Tem Maluf. Alckmin. Garotinho. Tem até Lula! Isso fora a elite cara de pau e sem caráter que se faz de pobre e honestos nas mais variadas mídias... É tragicômico.

Nós brasileiros somos muito sem-vergonhas sim. Porque caimos nas garras de uma religiosidade cega (esse é um dos pontos) que joga toda a responsabilidade no Pai... E nem me venha com xurumelas, é o que acontece na real. E o Pai nunca erra. Dai até presidente, vereador, deputado, vira Deus. Se erra, poxa, quem não erra? Não tenho paciência não... É MUITA ASNICE NUMA NAÇÃO SÓ!

Quer ajudar o Brasil? É só acabar com cada Igreja e constrir uma escola no local. Nem precisa implodir, aproveita a bela infra-estrutura. A lição em cada uma seria: a responsabilidade é tua, fio. Te vira! Toda vez que o safado disser que a culpa é do governo ou quiser perdoar o corruptozinho, volta um ano. Se pedir arrego pra Deus ou culpar o Demo, mais lição de casa. CHEGA!!! Eu não acredito que ainda existe gente (e muitaaa gente) que vai em Igreja chamada Bola de Neve Churchil. Só aqui no Brasil. Bomba neles! ESCOLA E CULTURA É O QUE QUEREMOS!

Rackeado por Jussara Justa

sexta-feira, maio 12, 2006

Ai, que saudade do programa do Chacrinha!!

Oi, gentem, desculpa a minha ausência na sexta-feira passada. Amores, a lindona aqui estava péssima, com uma ressaca que há anos não curtia. Fui a uma festa maravilhosa indicada pelo nosso comandante “Simon Diz”, regada a muito prosecco, cigarros (do capeta ou não), entre outras brincadeirinhas. Mas vamos ao que interessa. Alguma vez na vida, você, meu leitor queridíssimo, já sentiu vergonha alheia? Eu nunca havia tido tal sensação até assistir ao programinha “Estrelas”, comandado pela apresentadora Angélica nas tardes da Rede Globo. Sim, foi ela o meu alvo. A Angel tá linda. Loira, magra (até que enfim estabilizou os ponteiros da balança) e elegantérrima. Mas não dá para engolir aquele bate-papo entre artistas numa sala de estar. Coitados... É um corte atrás do outro. Angel parece que perdeu a noção de apresentadora que ela acumulou durante seu trocentos anos de carreira. A mulher enlouqueceu. Observe amanhã o que estou dizendo (faça esse sacrifício e assista ao programinha, acho que começa às 14h). Ela corta os entrevistados na metade da fala, deixa os coitados com cara de tacho e muda os assuntos radicalmente. Fiquei passada ao assistir a “matéria” que ela fez com o meu amado querido e idolatrado Carlos Lyra, um dos ícones da Bossa Nova. Fiquei constrangida quando Angel se deslocou até à casa desse magnífico artista e fez apenas uma única pergunta: “o que foi a Bossa Nova?” Pelamoooooooooores...Não preciso falar mais nada, né? Para os meus leitores lindos, maravilhosos, salve, salve, meia palavra basta. O pior de tudo é que a sensação de alívio não aparece quando o programa termina, pois logo em seguida começa uma coisa pior: Caldeirão do Huck! Dobradinha do casal mais xarope do Brasil? Pelamores, aí, que saudade do Chacrinha! Socorro!

Enviado por Danuzah Coelho

quinta-feira, maio 11, 2006

Albergue Espanhol ( L'Aubergue Spagnole - Cédric Klapish - Espanha França 2002 )


Albergue Espanhol ( L'Aubergue Spagnole - Cédric Klapish - Espanha França 2002 )

Albergue espanhol foi rodado em Barcelona, Espanha e só o cenário já é uma boa desculpa para ir até a locadora mais próxima, com uma singeleza Cédric Klapish, captura simples praças até as incríveis obras do arquieto Gaudí,como o Templo da Sagrada Família e o Parc Guell, que colorem a cena.

Albergue espanhol é uma metáfora para a Europa atual, com várias culturas distintas abrigando um mesmo teto. Dentro do albergue há pessoas dos mais diversos países: França, Dinamarca, Itália, Inglaterra, Espanha, entre outros, cada um deles com suas próprias características que, uns mais outros menos, retratam seu próprio povo. Esta coexistência de diversos estilos e culturas é o que há de melhor no filme.

Chama a atenção a ingenuidade na maneira de filmar e contar a história de um grupo de estudantes provenientes dos 4 cantos da Europa, reunidos em Barcelona


O protagonista
Xavier (Romain Duris) é um estudante francês, que vai estudar na Espanha através do programa "Erasmo" de bolsas para estudantes universitários. No aeroporto ele conhece o casal formado por um neuro-cirurgião logorréico e sua esposa, Anne-Sophie (Judith Grodeche). É no apartamento do casal que Xavier permanece nos primeiros dias da capital da Catalunha. Após vários telefonemas e visitas, Xavier é aprovado a entrar numa república, cujos membros eram originários dos mais variados países: Wendy (Kelly Reilly) é inglesa; Soledad (Cristina Brondo) é a única espanhola; Lars (Christian Pagh) é dinamarquês; Alessandro (Federico D´Anna) é italiano; Tobias (Barnaby Metschurat) é alemão; Isabelle (Cecile De France) é belga.

O convívio multinacional e multiracial é possível, cada um com seu sotaque, seu comportamento, sua sexualidade, enfim, com suas idiossincrasias. Ao retornar para Paris após um ano de estadia em Barcelona, Xavier desiste do seu emprego como economista voltado para o mercado espanhol e decide escrever um livro, cujo título é homônimo ao do filme que ora analisamos.

Viva a utopia, é o mote de Cédric Kaplich ! Barcelona, na sua visão, tornou-se a capital mundial do amor e da tolerância. Cédric, certamente, gostaria que tal espírito se espalhasse por todo o continente europeu.

O filme é maravilhoso por mostrar o cotidiano verossimilhado de algumas pessoas, sem estilizar ninguém. A beleza de cada ser diferente e a importância de sermos inesquecíveis uns para com os outros. Assistam mochileiros de plantão, romanticos cinéfilos, bicho-grilos e quem mais achar legal..

Vive la france!"

Vale destacar que em
seu elenco atua Audrey de "Amelie Polain" que já viu pode matar a saudade da atris, um dia eu conto sobre esse filme genial também.

Ficha Técnica

Título Original: L'Aubergue Spagnole

Gênero: Comédia Romântica

Tempo de Duração: 115 minutos

Ano de Lançamento (Espanha / França): 2002

Site Oficial: www.marsfilms.com/auberge

Estúdio: Bac Films / France 2 Cinéma / Studio Canal / Vía Digital / Ce Qui Me Meut Motion Pictures / Mate Films / Mate Producciones S.A.

Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation

Direção: Cédric Klapish

Roteiro: Cédric Kaplish

Produção: Bruno Levy

Música: Loïc Dury

Fotografia: Dominique Colin

Desenho de Produção: François Emmanuelle

Figurino: Anne Schotte

Edição: Francine Sandberg

Elenco

Romain Duris (Xavier)

Judith Godrèche (Anne-Sophie)

Audrey Tautou (Martine)

Cécile De France (Isabelle)

Kelly Reilly (Wendy)

Cristina Brondo (Soledad)

Federico D'Anna (Alessandro)

Barnaby Metschurat (Tobias)

Kevin Bishop (William)

Xavier de Guillebon (Jean-Michel)

Wladimir Yordanoff (Jean-Charles Perrin)

Irene Montalà (Neus)

Javier Coromina (Juan)

Iddo Goldberg (Alistair)

Martine Demaret (Mãe de Xavier)

Olivier Raynal (Bruce)

Sinopse

Xavier (Romain Duris) tem 25 anos e está terminando o curso de Economia. Um amigo de seu pai lhe oferece um emprego no Ministério da Fazenda, mas para assumir o posto o rapaz precisa saber a língua espanhola. Ele decide acabar seus estudos em Barcelona, para aprender a língua. Para isso vai ter que deixar Martine (Audrey Tatou), sua namorada há quatro anos. Ao chegar em Barcelona Xavier procura um apartamento no centro da cidade e acha um em que deve morar com sete estudantes, todos estrangeiros. Com eles Xavier vai descobrir a autonomia e a sexualidade e iniciar a vida adulta.


Enviado por Cat Lecat


Bonecas russas

Les Poupées Russes - Cédric Klapisch França- Inglaterra 2005


Bonecas russas, filme de produção franco inglesa que é continuação do albergue espanhol.

Com um tom mais sóbrio e amadurecido fala dos questionamentos e acontecimentos cinco anos depois, de um grupo de amigos, como vivem e se relacionam com seus feitos, amores desafetos.

A trama é focada em Xavier (Romain Duris), um balzaquiano que vive - melhor ou pior - o seu sonho de ser escritor, com a experiência percebe que o processo para concretizar o sonho da publicação de um livro é bem lento. O trabalho de ghost-writer e roterista free-lancer, da rumo e tom de sua vida assim sufocando e deixando suas próprias historias de lado.

Insatisfeito com a vida amorosa e profissional, meio perdido se tateia por experiências afetivas inconseqüentes, mostrando o lado canalha do protagonista.

Xavier não é de todo mal, erra tentando acertar, busca uma mulher perfeita, ideal que seja um pouco de cada relação já vivida, dai a idéia central que correlaciona o nome do filme babuskas, aquelas bonecas que se encaixam uma dentro de outras. Um amor duradouro e definitivo.

Quem não busca isso ? eu já encontrei e dá licença que vou ao cinema agora com esse amor, pra contar mais sobre os filmes por ai...


Site :
www.marsdistribution.com/site/poupeesrusses


Vale a pena assistir.

Enviado por Cat Lecat

quarta-feira, maio 10, 2006

A PELOTA in As Armadilhas da Fé

Reza o rezo que rezemos em silêncio. Mas o glamour da ineditez de acontecimentos idílicos são rezados em barulho...

O trio de ferro, a tríade paulistana, o triângulo do café, a trinca do caos, pela primeira vez no contar dos tempos, participou em similitude de ano, da maior competição de futebol do continente americano: a singular e custosa Taça Libertadores da América.

São Paulo e Palmeiras, embora igualmente adamastores, fizeram de seu pontapé inicial uma disparidade ideológica, delirante, utópica. O tricolor do Morumbi, atual libertador e único tri-campeão de libertações do território brasílico, segue em frente seu caminho de inquietação internacional, tecendo virtudes poliglotas num avançamento inconteste. Tirou da trilha, no choque-rei, numa vanguarda de confrontos faltosos e empilhamento cardíaco, os italianos da Barra Funda, o palestra verde, que ostenta em seu jardim suspenso a coroa de uma libertação, dos idos de 1999. E por isso, e por outras fraquezas técnicas e administrativas, a eliminação precoce do alviverde imponente sucedeu em clima de branda consternação...

Contudo, a arapuca. No 4 de maio, na quinta-feira, no Pacaembu, o Corinthians, a fiel, o River Plate, a lotação, o excesso, a alegria, o gol, a virada, o mutismo, a descrença, o revoltismo, a briga... Tudo ocorreu no lapso! O timão de Itaquera, da Marginal Tietê, da torcida que mais vibra nas horas grotas, é um escudeto marcado pelo fracasso mundano, um símbolo de passaportes desiludidos, um arquetípico das viagens malfadadas... No time abençoado por Santo Jorge, o dragão que bufa, bufa por libertinagem! E do lado de fora e de dentro da fazenda pequena, desde muito antes do início do starte da chapa, bufava bufando bravatas de jogos e certames da vida e da morte... O erro! O ingrato do erro! Pois a morte é invencível e a vida é à toa!... A organizada corintiana, em fidelidade explosiva, maciça como um oceano negro, apontou seus artifícios para os lábios do céu e suas sardas estelares, e ficou a aguardar a graça do alcance. Porém, na frieza dos minutos recalcitrantes, o tento contra, a falha humana, o rebote na rede: do noctâmbulo dos sons vibratórios, a alforria do destino: pavio aceso contra o peito enquanto o salgar da lágrima não abrandava o fogo. A choldra em choque, e o choque da choldra! Num deslizar de gente, e no apagar dos sonhos, a decepção virou ilusão que virou perda de razão! No escuro da fé rezada em voa alta, a ratoeira, a armadilha, o alçapão, o embuste, a cilada, a emboscada, o estratagema, o ardil!

Quando o barbante que se guarda faz ruído, é o fim da esperança, e o ponto final de uma expectativa. Os órgãos se remoem, e o consolo é inexistente. A desolação é perene, e a garganta entala com o opaco do turvo da vista. O que se caminha, é o beco. E o que se chora é um fado comum... É isto A vida?: o épico não existe em quebra de cadeados, arrombamentos de portão, distúrbios físicos duma batalha sem motivos. O tal do homem criou artífices de brilho e genialidade, mas não sabe abrir riso na tristeza, consentir a derrota diante da possibilidade concreta, e aceitar a superioridade ou sucesso do adversário. Faz tempo que o rincão não anda! A civilidade nossa, é zero; a educação nossa, é zero; a saúde nossa, é zero; o saneamento nosso, é zero; a segurança nossa, é zero; o lazer nosso, é zero; o nosso, é zero.

Enviado por Rufus Melancólico

terça-feira, maio 09, 2006

Absurdos Políticos

Não, não, não. Não dá para acreditar. Seguirei em negação até colocar o meu santo voto na urna...NÃOOOO foi sonho. Só pode ser. Estava tudo tão bonito... Ela estava lá, na Plenária, e depositou o seu voto tão confiante... De repente aparece ele... O HOOOMEM CODORNA! E deposita com suas garras o seu bilhete...

Não, não, não!!! Imagine só como serão essas eleições! Vai ser a primeira propaganda política proibida para menores de 12 anos. Eu não vou deixar minha filha assistir! Jamé! Além de serem duas pessoas de caráter duvidoso, Serra (argh!) e Mercadante (urrrrrghhhhh!!!) são péssimos visualmente. O primeiro... Parece que sai da cova, não da cama, todo o dia. Parece que passa uma broca, não um panqueique. E fala sério, de alimentação, ou é sangue, ou é criancinha... Já Mercadante... Você confiaria em alguém que come codorna e deixa o rabo pra fora??? Jamé!!!! Moi não confiaria jamais!

Agora não adianta mais alegar, não. Deus não é brasileiro. Deus nem existe! OLHA ISSO, RAPAZ, ACHA QUE SE DEUS EXISTISSE UMA DESGRAMERA DESSA IA ACONTECER COM A GENTE??? Paulistas trabalham todo dia, se esforçam, e agora... Pra quê??? É a festa do demo, só pode ser!

O que resta, agora? É esperar o candidato do Partido Verde. Que seja aquele barbudinho simpático. Ou algum outro bicho grilo gente fina. Senão... Anular, minha gente... Anula, São Paulo! Vamos forçar esses caras a fazer uma outra eleição e mostrar candidatos mais decentes!

Rackeado por Jussara Justa

segunda-feira, maio 08, 2006

Fênix

Na expectativa de nascer a qualquer hora, o tema do nascimento me vem à mente.

Não, Joy não será mamãe fisiologicamente falando (ou escrevendo?), pelo menos por enquanto.
Mas, de certa forma todos nós somos pai-mãe constantemente.

“No princípio era o verbo”, diz uma famosa citação. Então, tudo o que precisamos no início é de uma intenção, uma idéia, uma semente. Essa intenção, essa idéia ou essa semente vai tomando forma e se expressa ao mundo. Quando isso acontece é o Big Bang! Ela simplesmente nasce!

Nesses ciclos de nascimento e morte, como a Fênix, estamos constantemente renascendo. Ciclos se terminam e ciclos se iniciam. Amores se vão, novos amores aparecem. Amigos se perdem mundo à fora, novos amigos chegam sem percebermos. Atividades são encerradas, novas habilidades vão sendo desenvolvidas durante a nossa existência. Uma porta se fecha, mas outras se abrem. Todos os nossos potenciais e possibilidades latentes estão ali, à nossa disposição para um novo começo...

Renascer não é fácil. Mas, é importante. É através do renascimento que temos a oportunidade de crescermos. Muitas vezes temos a tendência a ficar estagnados, conformados com a nossa vida cotidiana, sonhando com o “algo mais”, e muitas vezes, sem ir atrás, pensando em como seria difícil trocar o certo pelo duvidoso. Quando um ciclo termina, somos “forçados” a mudar, mesmo sem querer, a ir em direção ao novo. Quanto mais resistimos, pior. Quanto mais nos entregamos ao processo, melhor.

A fase de transição entre um ciclo e outro é realmente difícil. Geralmente é repleta de incertezas, mas, por outro lado, também pode ser uma fase de reflexão e aprendizado, nos preparando para o que está por vir.

Afinal, não dizem que o melhor da festa é esperar por ela?

Na expectativa, a festa já vai começar...

Enviado por Joy

domingo, maio 07, 2006

ADMITO

Tonta de sono, embriagada de café e cigarro é que vos escrevo. Hoje fui obrigada a admitir que sou a mais invejosa das mulheres, depudoradamente invejosa, cruelmente invejosa, regiamente invejosa. Invejosa do amor recebido por outras mulheres. Durante anos relutei em aceitar, me escondi atrás do mais diferentes discursos, dos mais feministas aos mais machistas, dos mais moderados e razoáveis aos mais radicais, irracionais e fundamentalistas. Construi mitos para justificar e manter minha solidão. Elaborei teorias complexas, recheadas de axiomas e deduções bem justificadas. Cri na minha insuficiência, cri na minha inadequação, cri nas minhas novas e recém-inventadas superstições, cri nos trágicos gregos e esperei morrer o quanto antes. Pior, pautei minhas ações por minhas convicções, todas elas, sem exceções. E se tive algum sucesso foi em criar um modo de vida coerente às idéias defendidas. Mas, enfraquecida pelos fatos, fui obrigada a admitir minha inveja. Vejo o que não me pertence e o que desejo ardentemente, absurdamente, viceralmente. Invejo com toda a minha potência o que não possuo e o que é de outrem e constato, com o coração a sangrar e a alma desfalecida, que minha inveja nutri minha raiva e meu ódio e me faz ressentida. Aguça meus olhos, burila meus argumentos, mas destrói minhas vísceras. Porém, hoje, envelhecida pelos hábitos adquiridos, não sei se serei capaz de pagar o preço exigido pelo amor. Não sei mais se serei capaz de suportar as brincadeiras de Eros, criança geniosa que ao me acertar pode causar minha própria perda, meu naufrágio de mim, desestabilizar minha vida segura, meu mundo de aflições exclusivas, mas de mares tranqüilos. Talvez ele me fizesse renascer em outro, por outro e para outro, mas uma tal idéia é demasiado imaginativa para uma mente racional. Por agora, resta-me admitir minha inveja crescente e incontrolável das mulheres amadas e aprender a conviver com ela, sem criar marcas incuráveis no meu ânimo e na minha sanidade.

Enviado por Miranda Belvedere