Quando descobrimos quem somos, passamos a compreender as nossas atitudes e temos a consciência do que precisamos melhorar, sempre buscando a evolução!
E quando isso acontece, nos tornamos mestres... de nós mesmos!
Enviado por Joy
Quando descobrimos quem somos, passamos a compreender as nossas atitudes e temos a consciência do que precisamos melhorar, sempre buscando a evolução!
E quando isso acontece, nos tornamos mestres... de nós mesmos!
Enviado por Joy
Minha relação de farpas com os Mundiais de futebol já é de longa data: sempre achei um absurdo ver o Brasil parar de funcionar por causa da “Seleção Canarinho”. É impossível desfrutar de quaisquer serviços ou trabalhar em paz quando a “Pátria de Chuteiras” está em ação! O que mais me incomoda nesta coisa toda são as especulações a respeito do “Fenômeno”, o artificial sentimento de nacionalismo que se cria durante os meses de junho e julho de quatro em quatro anos e a euforia quase cega que diz que depois de levantar a Jules Rimet o Brasil vai dar certo, enfim: todo esse clima de suposta solidez que logo se desmanchará no ar! É uma pena constatar tamanho sentimento de paixão pelo nosso país se esvai completamente depois da final da Copa...
Uma sábia personalidade de nossa MPB certa vez afirmou que no Brasil há muitas antenas e pouca gente antenada. Não acredito que o Brasil seja repleto de tamanho radicalismo, mas sei que é preciso mais consciência por parte de alguns a respeito do assunto futebol – por que não há tamanha euforia em relação a outros esportes ou em acerca da figura da Daiane dos Santos, ela é tão brasileira e gaúcha quanto o Ronaldinho Gaúcho! Este ano é também um ano de decisões para nós: eleições presidenciais a caminho, pouquíssimas opções de voto para os eleitores, novas possibilidades de cometer erros parecidos quando conquistamos o Penta (ou não?)!
O maior tédio que toma conta de mim quando vejo os noticiários: discutem-se acaloradamente as feijoadas servidas em pratos de pedreiro que o Ronaldinho Gaúcho degusta com plena avidez, fornecem-se os detalhes dos chiliques que o Ronaldo dá ao dizerem que ele está mais para “Fofômeno” do que para “Fenômeno”... Ou seja: durante estes meses de junho e julho, as notas de Caras estão pautadas aos jogos que estão acontecendo na Alemanha. Sim, people, a Copa do Mundo de Futebol também é fofoca!!!
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A única notícia relevante para mim vinda da Terra das Salsichas e do Chucrute até este momento foi a passagem do humorista Bussunda para o andar de cima. Infelizmente o Brasil perde mais um de nossos embaixadores do riso em tempos nos quais precisaríamos ainda mais de sua presença! Não havia crítico melhor das cretinices de Brasília, da programação capenga da Globo e de outros costumes menos nobres de nossa vida social. O Casseta & Planeta, muitas vezes, atuou como o Onbudsman da própria emissora platinada ao parodiar a programação a qual os brasileiros estão tão acostumados: o Jornal Nacional, o Fantástico e as novelas da TV ficavam completamente irreconhecíveis ao serem atirados no triturador humorístico dos Cassetas. E Bussunda, com sua irreverência e sua aparência inesquecível, era o elemento chave de tamanho humor!
A capacidade que o já saudoso humorista tinha em se transfigurar em personagens femininas inspiradas nas musas das novelas (a consagração plena das antimusas!), ou em jogadores de futebol marrentos, decadentes e sem talento ou na personificação parodiada de Mr. President Lula era de deixar os grandes atores de nossa Dramaturgia com inveja! E o homem definitivamente era um talento para as artes.
É uma pena, Brasil que tu perdes mais um de seus filhos tão cedo! Apesar de Bussunda ter nos feito rir bastante, muitas de suas críticas não eram para rir pura e simplesmente, e sim para pensar nos rumos que tu estás tomando! Talvez a morte do Sr. Casseta sirva para que muitos pensem a respeito dos males que os festejos excessivos e a mediocridade da programação da Vênus televisiva podem fazer a cada um de nós...
Enviado por Mr. Simon
Nos meus 20 anos fui caronista de pequenas viagens de pouco mais de 100 km de distância. Foram algumas dezenas de caronas estrada à fora. Fato que nem Joy-pai e nem Joy-mãe sabem. E como esse blog é anônimo, não vão saber tão cedo...
A PELOTA in ExF
Tu que tens o nome da mãe de nosso Senhor Jesus Cristo e que também tens o nome composto da musa cantada há muito por Nelson Gonçalves quando este era um dos Reis de nossa rádio chegaste com plena dignidade e beleza à casa dos 60. Tu que fazes de nós, admiradores e sensibilizados pela sua arte, o instrumento de vosso prazer, sim, e de tua glória, de tua glória. Que continues por muito tempo fazendo de nós, brasileiros, o favo de teu mel, cavando a direta claridade dos céus e agarrando o sol de cada dia com uma de suas mãos.
Tu surgiste, de modo estranhamente Maricotinha, no cenário musical brasileiro em meio a protestos incisivos de nossa música perante a truculência de militares insensíveis, tu enfeitiçaste o Brasil com o vôo de um pássaro malvado e implacável que “pega, mata e come!”, mas com seu talento inconfundível e com a tua autenticidade e a tua dramaticidade, soubeste que ser “Musa da canção de protesto” era muito pouco para definir a beleza de teu canto e tua integridade artística. Decidiste que, naqueles anos 60, o melhor era cantar o nosso passado, resgatar a nossa tradição musical cantando Noel Rosa, Lupicínio Rodrigues, Pixinguinha, Assis Valente, Wilson Batista, e as belezas do bom, velho e sábio Caymmi, o melhor tradutor de sua terra, a Bahia de todos os santos! Ao mesmo tempo, tu não desprezaste o que a tua geração nos trouxe de melhor: Caetano, Gil, Roberto & Erasmo, Edu Lobo, Gonzaguinha, Joyce, Torquato Neto, Sueli Costa, Ângela RôRô, Chico (ou Buarque, como tu chamas o monumental poeta-cancioneiro de olhos cor de ardósia!) e tantos outros que a sua colméia de sons abriga e já abrigou... Decidiste não participar da Tropicália comandada por seu irmão, mas nunca deixou de ser uma tropicalista avant la lettre, sempre iluminando o que existe melhor nas coisas de nosso Brasil!
No início da década de 70, tu surgiste ainda mais bela e sombria, com a sua Rosa dos Ventos de acordes dissonantes e perturbadores, encantada mais do que nunca, traduzindo através da canção e do auxílio poético de Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Batatinha e outros a Cena Muda e o estado de desilusão provocado pelo “coro dos contentes” com a barbárie e a mediocridade. Tu ficaste ainda mais dramática, quase beirando o trágico, fazendo do Drama individual e coletivo a tua matéria prima, a tua força primária de expressão! Tudo isso orquestrado pela batuta inconfundível de Mestre Fauzi Arap, que era o Maestro dos ventos musicais que tu emanaste a cada espetáculo. A força do humano desde sempre passou a ficar em ti, em teu canto, em teus gestos, em tua expressão, em tua voz grave...
Ainda nesta década de trevas, porém de muita criatividade, tu encontraste alguns de suas referências musicais primordiais: Chico Buarque de Hollanda, em 1975, uma de tuas maiores tradições, seu gêmeo de sensibilidade e versos em uma temporada de shows que virou um dos discos mais importantes da história de nossa música popular. E no ano seguinte, tu compartilhaste o palco com teus irmãos da Bahia: Caetano, o irmão de sangue, também gêmeo de versos e sensibilidade; Gil, irmão em energia e potencialidade e Gal, irmã siamesa, oposta a ti em leveza e no canto, mas complementar em sua estranha magia. Doces e infinitamente Bárbaros, os quatro encantaram o Brasil definitivamente com índios épicos, xangôs meninos, pássaros proibidos, fés cegas e facas amoladas, revelando, em pura gênesis, o que há de mais puro e bonito no seu amor, amando e deixando cantar e correr pelos quatro cantos de vossas artes...
Depois da reunião do quarteto fantástico baiano, tu seguiste pela década de 70 com seus Pássaros (o Proibido e o da Manhã) e chegaste ao ápice da popularidade com o Álibi de nossa canção, e no ano seguinte com o Mel de teu canto, conquistando cada vez os corações de nosso país. Tu adentraste a década de 80 com seu Talismã, garantindo a sua Alteza de Rainha de nossa música, com um poder de Diva e aflorando os Nossos Momentos de alimento e encantamento. Tu resististe às modas ordinariamente passageiras dos anos 80 com força e dignidade, sempre afirmando a liberdade de seu projeto estético, de seu canto ímpar, de sua singularidade. E tu nunca esqueceste de nos brindar com a tua criatividade, revelando um Brasil que poucos conheciam. Com a mesma dignidade tu atingiste a década de 90 em meio a ondas musicais sertanojentas e horrendamente dissonantes.
Entre o início e a metade desta década, tu surgiste belíssima mais uma vez, revirando o cancioneiro de Roberto & Erasmo de ponta-cabeça, despertando para o grande público exigente (e assumidamente truculento) de MPB a beleza e a leveza da obra destes dois. As canções que ele fez para ti passaram a ser as canções que foram feitas para todos nós. E assumimos de vez o que existe de mais lírico e apaixonado em cada um de nós. Sim, Roberto Carlos poderia ser “o cara”, ele poderia ser “quente”! Da mesma maneira que você alertou Caetano antes do Tropicalismo a respeito do Rei, você nos alertou que a majestade também poderia ser cool. Porém, tu também se cansaste das jogadas comerciais das gravadoras e recusaste um segundo convite para reler a obra de Roberto Carlos. Resolveste iluminar com teu âmbar elétrico novas sonoridades e encontraste talentos promissores e juvenis como Adriana Calcanhotto, Antônio Cícero e Chico César, sem perder de vista Chico & Caetano. No ano seguinte, tu voltaste aos palcos pós-combalida de um câncer, demonstrando o que existe de mais bonito na Imitação da Vida. A tua voz continuava vitoriosa, sua força jamais secaria e o teu talento, amplificado por outros cinco mil auto-falantes.
Em 1999, tu desafiaste toda a nação musical e ouvinte das canções que tu cantaste para nós cantando “É o Amor”, de Zezé di Camargo & Luciano. Mais uma vez, você nos ensinou que bom gosto depende justamente dos olhos que vêem, mas principalmente da voz que canta e interpreta! E nada mais!
E na década de 2000, com a indústria fonográfica já amargando o gosto amargo de fel que produzira, tu provaste que música de qualidade ainda podia ser sinônimo de boas vendas com os seus trabalhos Maricotinha e Brasileirinho. Este segundo trabalho foi, para muitos, especialmente para este quem escreve, a revelação de um Brasil lírico, épico, esplendorosamente macunaímico, porém imperfeito; sem deixar de ser belo e feio ao mesmo tempo: a face e a contra-face do Brasil. Logo depois, tu buscaste a obra menos conhecida do poetinha Vinícius de Moraes, ressaltando a beleza de seus versos e de suas melodias ao mesmo tempo em que tu completaste 40 anos de uma carreira de glórias, sons, gestos e versos!
Minha paixão pelo seu trabalho começou quando tu trouxeste a obra dos Carlos para o grande público de MPB. Com isso, através de uma prima interesseira em ouvir os LPs dos meus pais, descobri o LP Mel dentre aquelas quinquilharias. Seu disco tinha sido um dos vários presentes de casamento deles (meus velhos se casaram no mesmo ano em que tu brindaste o Brasil com este disco!), e logo se tornou um dos meus maiores presentes auditivos por todo o sempre!
Em 18 de junho de 2006, é importante lembrar das palavras do radialista e produtor musical Walter Silva a respeito da RAINHA: “Bethânia é linda. Bethânia é única. Não houve mais nada; houve Bethânia”. Olhos nos olhos, ainda quero ver o bem que você ainda nos faz por 60 anos e mais! Ontem, hoje e para sempre! Feliz aniversário, Maria Bethânia! Que Iansã, Iemanjá e todos os santos te iluminem muito! Do Sr. Simon aqui que te agradece e que te ama bastante...
Enviado por Mr. Simon
Hoje eu irei dar uma de Danuzah Coelho. Vou escrever sobre um programa de TV.
Mas, não quero dar prêmios, chinelinhos, etc, aliás, coisas que a Danuzah faz melhor. Quero apenas comentar sobre um programa em especial...
Conservemos-nos serenos
Cada minuto da vida
Nunca é mais, é sempre menos
Ser é apenas uma face
Do não ser, e não do ser
Desde o instante em que se nasce
Já se começa a morrer”
O indelével da vida: durante as noites os tons são escusos e durante os dias as cores se vão nos intensos.
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Belezas e (des)encontros
Parecia ontem! Eu tinha mais ou menos 14, 15 anos quando esta comovente produção cinematográfica dirigida por Clint Eastwood estreou nos cinemas e, logo depois, nas TVs por assinatura. Como eu não era cinéfilo na época (não sou até hoje, devo confessar!) e tinha a salvação de ter a TVA dentro de casa, tive o deleite de assistir esse filme estrelado pelo próprio Eastwood (que deu vida ao fotógrafo Robert Kincaid) e pela insuperável Meryl Streep no papel da fazendeira-dona-de-casa-mãe-de-família Francesca Johnson. O filme é baseado no romance da autoria de Robert James Waller e valeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz para Meryl.
A trama de As pontes de Madison (no original, The Bridges of Madison County)se inicia com a morte da personagem de Francesca, revelando o seu pedido de que seu corpo fosse cremado e que suas cinzas atiradas nas pontes do condado de Madison (contrariando seus dois filhos), próxima à fazenda onde devotou os melhores anos de sua vida. Com a abertura do testamento da mãe morta, os filhos descobrem os diários escritos pela mãe enquanto viva. Através das memórias da morta, mistérios jamais imaginados são revelados.
As memórias da personagem de Meryl iniciam-se com uma descrição da rotina de sua família, composta por fazendeiros numa fazenda do estado norte-americano de Iowa, um dos redutos da nação abençoada por Tio Sam e pelo puritanismo. Francesca, cansada da vidinha comum de Amélia mulher de verdade, sente-se aliviada quando o marido e seus dois filhos resolveram viajar por uma semana. Porém, as tão sonhadas “férias” são abaladas com a chegada do fotógrafo Kincaid: perdido, ele pergunta a dona-de-casa para quais lados ficavam as cobiçadas pontes para que estas fossem fotografadas para a National Geographic, revista para a qual o personagem de Eastwood trabalhava.
Uma paixão ardente fulminou os dois de maneira violenta e definitiva. Kincaid era um homem que tinha uma grande vivência das coisas do mundo, Francesca já tinha uma enorme avidez em explorar a grandiosidade do que existia do lado de fora de seu cotidiano chinfrim. Apesar do intenso sentimento que ligava os dois, a relação dos dois não resistiu: em nome do bem-estar de sua família, ela renunciou aos seus sentimentos. Quatro dias de amor puro, intenso e profundamente marcado pela beleza que nem o lirismo de Shakespeare poderia descrever. Porém, Robert Kincaid carregou para sempre o símbolo do amor de sua amada: um cordão de Francesca com uma bússola. Segundo a personagem de Meryl Streep, a lembrança serviria para conduzir seu amado pelos descaminhos da vida. E assim foi até a morte do fotógrafo.
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Algumas coisas
O que me atraía neste filme, num primeiro momento, logicamente era a arrebatadora atuação de Meryl Streep, considerada por todos os críticos de cinema a melhor atriz de sua geração (fato do qual ninguém aqui duvida!!). No entanto, quando eu deixei de viver os meus tortuosos dias de adolescência e entrei pelos dias de homem feito, eu vi a importância que este filme possui para aqueles que pulsam de paixão, para aqueles que acreditam em histórias mirabolantes provocadas pelo sentimento, ou simplesmente para aqueles que amam.
Sim, eu também vivi quatro dias de amor intenso tal qual Francesca Johnson os teve! Quando vi a pessoa que eu amo pela primeira vez, as expectativas se multiplicaram tal qual uma progressão geométrica, o coração acelerou como uma Ferrari em atividade, suei frio, gaguejei, fiquei mudo, ri com leveza, amei com todas as letras do alfabeto grego, com todos os números romanos e arábicos, chorei desesperadamente de saudade e fui feliz em todas as instancias não só por mim, mas também por quem também foi tocado pela flecha do menino nu com o arco na mão! E assim estamos até hoje! Conjugando a primeira pessoa do plural como se fosse a primeira pessoa do singular sem a menor vergonha e pudor!
Depois de conhecer a criatura que hoje faz os meus dias mais ensolarados, fui assolado pelas dúvidas de uma relação incerta, onde ambos não se conheciam. Eu também tinha uma pessoa que também vivia comigo. E, principalmente, eu também morri de medo de apodrecer por dentro tal qual a personagem de Meryl: por isso, recusei a dúvida que se abateu sobre mim! Era tudo ou nada, e não quis saber da “solidez” existente num casamento que andava mais do que falido. Mandei tudo às favas em nome do amor! E enquanto não podia estar perto de quem eu passei a amar cada vez mais “neste mundinho de Deus”, eu também tinha deixado como lembrança da minha figura quixotesca um colar meu que adoro! E ao voltar para casa, a imagem de Francesca presenteando seu amado Robert com a medalhinha apareceu na minha frente! Por isso, foi inevitável não se esquecer do que ele diz a ela antes que ela tome a decisão final: há coisas que só acontecem uma vez na vida! E eu não poderia deixar correr o risco de que o raio caísse pela segunda vez no mesmo lugar...
O melhor de tudo isso foi descobrir que Amar (com letra maiúscula sim!) faz bem à pele e emagrece!
Descobri também que Amar não pertence às categorias de heterossexual, homossexual, pansexual e adjacências! Como diz uma pessoa muito sábia: “O negócio é amar!” Sem frescura e sem censura! Já dizia o Poetinha, e que seja infinito quando a chama estiver acesa! Lenha para a fogueira é o que não faltará para que corpos se acendam incessantemente, tal qual Zeca Baleiro e suas intérpretes o fizeram!
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Devoted to you!
Mr. N, isto aqui foi escrito pensando em você! Que o meu “Coração Brasil” continue te guiando não apenas neste 12 de junho, mas por todo o sempre! Amo você!
Durante a Copa do Mundo, o Brasil literalmente pára na frente da telinha para ver a bola rolar. Os horários e reuniões de trabalho são remarcados, remanejados e modificados. As ruas ficam desertas, até mesmo nas maiores metrópolis. Somente após os jogos a vida prossegue novamente. É como se houvesse um lapso de tempo!
A de 94, já crescida, estava em Curitiba passeando. O real era moeda forte, recém nascida. Assisti a partida no salão de um hotel barato junto com demais hóspedes, centenas de quilômetros longe da família. Quando o Brasil finalmente ganhou a Copa, as praças de Curitiba ficaram repletas de torcedores comemorando. Era a explosão de alegria de um povo sofrido, de luto. Foi um tetra que o Senna nunca teve oportunidade de ganhar.
Enviado por Joy
Manhã de segunda-feira. Frio. Sono. Faculdade. Banco escolar, primeiro dia letivo. Cumprimentos, sorrisos com gosto de café, olhares apreensivos, gestos já cansados e hipnóticos. A porta abriu e o professor entrou. Os alunos acompanharam seu passos largos até o pupito, ele os viu, mas não os enxergou e começou a falar. Os olhos eram azuis, a voz era forte e as palavras inspiradas pelos deuses. Caso clássico: a aluna se apaixonou. Nas semanas seguintes ela reservava as melhores roupas para as segunda-feiras, maquiava-se com mais cuidado e mantinha atenção redobrada durante as aulas. Apaixonou-se pelos olhos azuis e pelas palavras elevadas que traduziam um conteúdo que, até então, lhe era completamente desconhecido e inacessível. Poucas semanas depois, não resistiu, atirou-se a leitura de um livro incompreensível e na aula seguinte, encheu-se de dúvidas e de coragem e foi ter com o professor. A sala minúscula, na qual ele recebia os alunos, ficava repleta de luz, ao meio-dia, por conta de uma janela lateral e vazada. A porta estava aberta, ele olhava para as árvores que se viam pelos furinhos da janela, o vento sacudia as folhas e a entrada da aluna não foi notada. Professor - ela disse. Os olhos tão claros, contrastando com os cabelos escuros, voltaram-se para vê-la. O que ele viu, até hoje ela não sabe, mas ela viu seu sorriso pela primeira vez, estranhou – nunca o vira sorrir antes – e se agradou. Com mãos inseguras, ela retirou de uma pasta suas anotações de aula e começou a falar de suas dúvidas. As dúvidas, ela ainda não sabia, eram suas angústias, seus medos e ele tentou compreedê-la. Tentou responder as suas demandas, mas, sem que ela esperasse, sugeriu que as abandonasse, jogou-as para o alto e com as palavras e os gestos das mãos contou-lhe sobre um mundo encantado. Falou-lhe de outras línguas, de outros livros e outros modos de vida. Ela maravilhou-se e nunca mais deixou de procurá-lo em sua sala. Durante as visitas, as palavras herméticas de um outro mundo a excitavam, sorria com os lábios e ardia de desejo com o ventre. A aluna seguiu o conselho do professor: abandonou suas dúvidas e o seu próprio mundo e deixou-se elevar pelo dele. Tudo isso aconteceu. Há muitos anos. Mas eles nunca se tocaram. Hoje, a aluna mora naquele mundo encantado descrito pelo professor; porém, tarde da noite, escondida no calor de sua casa, seu peito ainda aperta de saudade pelos beijos nunca trocados, pelo toque do corpo que jamais conheceu e pelos abraços que não foram dados. As vezes, ela recebe notícias do professor: ele lhe escreve sobre outros mundos que ela ainda não conhece, enfatiza que ela deve um dia conhecê-los, mas nunca a convida para desbravá-los juntos. Ela, assustada como sempre foi, tímida como nunca deixou de ser, insegurança, primeiro por natureza e depois por escolha mal feita, não é capaz de sugerir que o façam. Então, a saudade apetar-lhe ainda mais o peito e ela faz apenas abrir mais um livro, ouvir mais uma canção e engolir mais um copo de vinho...