quarta-feira, junho 14, 2006

A PELOTA in ExF


Arte força drama glória.

Requinte poder vibração; angústia!

A narração não mente: são sete unidades de vitórias e seis dezenas de derrotados.

O prisma é particular de cada qual, e sob essa água navegam os gizes luzidos do pra sempre e do perecível. Porque nas costelas decompostas dos dados de azar as escolhas são rústicas, enquanto as falanges exaustas dos dados históricos são de um silenciamento ajuizado.

Antes deste singular “tempo de fazer amigos”, 17 Copas mundiais de futebol sucederam-se nos joelhos. 15 países diferentes organizaram esses certames que os dias dos Homens hão de não mais se esquecer. 69 participantes tiveram oportunidades cinematográficas na astúcia de quadriênios intervalos anuais. No entanto, somente 7 países, 7 nações, 7 bandeiras (Brasil, Alemanha, Itália, Argentina, Uruguai, Inglaterra e França), sobreviveram em melífluas de augustas e ásperas vivências nos minutos de pelejas, e postaram-se no eterno das enciclopédias de revistarias, cadernos, jornalões e livretos dessa vasta e densa vereda mundana... Porém, o que se inicia em território germânico é uma inspiração de tinta fresca numa folha polida.

O favoritismo é uma escama de pontiagudas querências de imperfeição!

Mas há na geográfica bota italiana uma beleza mística de envolvimento suprasumático com causas supostamente irreversíveis; Contudo, desta vez a força da azurra chega quieta, num sem som de silêncio esperançoso. A Itália, inconteste marco da escola futebolística, portentosa portadora de três taças do mundo, e de uma culinária de ladrões de bicicleta, temperada por molhos, massas e pães, é o calçado dum grupo elétrico!

Contra os espetos de estréia de Gana, as memórias inesquecíveis da República Tcheca, e os fuzis dos Estados Unidos, o quintal do papa chacoalhará os próprios guizos, teus sinos, as sinas!

Sem temores excessivos, a musculatura africana se resguarda de maiores vexames. E no estilingue, num dispor de confronto belicoso com os americanos do norte, os estadunidenses, os da maximização das coisas, os habilidosos e fortificantes republicanos da extinta Tchecoslováquia, os ímpares tchecos, são os fórceps do teste E. A algaravia bonita de ser vista, e ouvida, e sentida, e lida...

Fode-se aqui.

Se existem olhos mundanos que de esgueiro observam as matreirices que acontecem nos tempos de vida atual, tais olhos apostam e apontam um único selecionado, quase indomável, para a ceia final e a hegemonia irreversível: o Pau-brasil!

Não serão aceitos conformes, mas da Europa a Croácia corrói-se de inveja, da Oceania a Austrália se aferrenha em pesadelos, e da Ásia o Japão jaz em abreviações limitadas...

O grupo F, tratado como pai coruja e óbvio ululante do mais provável futuro campeão mundial de seleções do ano de 2006, da décima oitava Copa do Mundo da Fifa, de todos os adjetivos substantivados e versados em verbos conjugados numa contagem regressiva duma explosão entoada no bojo duma geração de reluzires incauto, é o colóquio, o monólogo do mais conhecido e pacificador uniforme de guerra!

O único país penta campeão do mundo, e o único país dos pelo menos próximos trinta anos a ser enxergado como o maior abocanhador de canecos desse tipo de charme que pára o movimento das ruas, que interrompe a rotina dos povos, que gera um público quase total da população desse planeta de dores, dessa humanidade de horrores, desse cotidiano de desprazeres, dessa vidatoa...

A bola é o mundo! Mas há quem não acredite...

O prisma é particular de cada qual, e sob essa água navegam os gizes luzidos do pra sempre e do perecível. Porque os destinos são lançados a esmo, e o Brasil têm braços e pernas compridas no frenesi dos verdes campos de grama...

Entretanto, fode-se aqui!

Enviado por Rufus Melancólico