terça-feira, junho 06, 2006

SIMON RELEMBRA: “A BELEZA DE AS PONTES DE MADISON E ALGUMAS COISAS VITAIS....”

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Belezas e (des)encontros



Parecia ontem! Eu tinha mais ou menos 14, 15 anos quando esta comovente produção cinematográfica dirigida por Clint Eastwood estreou nos cinemas e, logo depois, nas TVs por assinatura. Como eu não era cinéfilo na época (não sou até hoje, devo confessar!) e tinha a salvação de ter a TVA dentro de casa, tive o deleite de assistir esse filme estrelado pelo próprio Eastwood (que deu vida ao fotógrafo Robert Kincaid) e pela insuperável Meryl Streep no papel da fazendeira-dona-de-casa-mãe-de-família Francesca Johnson. O filme é baseado no romance da autoria de Robert James Waller e valeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz para Meryl.

A trama de As pontes de Madison (no original, The Bridges of Madison County)se inicia com a morte da personagem de Francesca, revelando o seu pedido de que seu corpo fosse cremado e que suas cinzas atiradas nas pontes do condado de Madison (contrariando seus dois filhos), próxima à fazenda onde devotou os melhores anos de sua vida. Com a abertura do testamento da mãe morta, os filhos descobrem os diários escritos pela mãe enquanto viva. Através das memórias da morta, mistérios jamais imaginados são revelados.

As memórias da personagem de Meryl iniciam-se com uma descrição da rotina de sua família, composta por fazendeiros numa fazenda do estado norte-americano de Iowa, um dos redutos da nação abençoada por Tio Sam e pelo puritanismo. Francesca, cansada da vidinha comum de Amélia mulher de verdade, sente-se aliviada quando o marido e seus dois filhos resolveram viajar por uma semana. Porém, as tão sonhadas “férias” são abaladas com a chegada do fotógrafo Kincaid: perdido, ele pergunta a dona-de-casa para quais lados ficavam as cobiçadas pontes para que estas fossem fotografadas para a National Geographic, revista para a qual o personagem de Eastwood trabalhava.

Uma paixão ardente fulminou os dois de maneira violenta e definitiva. Kincaid era um homem que tinha uma grande vivência das coisas do mundo, Francesca já tinha uma enorme avidez em explorar a grandiosidade do que existia do lado de fora de seu cotidiano chinfrim. Apesar do intenso sentimento que ligava os dois, a relação dos dois não resistiu: em nome do bem-estar de sua família, ela renunciou aos seus sentimentos. Quatro dias de amor puro, intenso e profundamente marcado pela beleza que nem o lirismo de Shakespeare poderia descrever. Porém, Robert Kincaid carregou para sempre o símbolo do amor de sua amada: um cordão de Francesca com uma bússola. Segundo a personagem de Meryl Streep, a lembrança serviria para conduzir seu amado pelos descaminhos da vida. E assim foi até a morte do fotógrafo.

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Algumas coisas

O que me atraía neste filme, num primeiro momento, logicamente era a arrebatadora atuação de Meryl Streep, considerada por todos os críticos de cinema a melhor atriz de sua geração (fato do qual ninguém aqui duvida!!). No entanto, quando eu deixei de viver os meus tortuosos dias de adolescência e entrei pelos dias de homem feito, eu vi a importância que este filme possui para aqueles que pulsam de paixão, para aqueles que acreditam em histórias mirabolantes provocadas pelo sentimento, ou simplesmente para aqueles que amam.

Sim, eu também vivi quatro dias de amor intenso tal qual Francesca Johnson os teve! Quando vi a pessoa que eu amo pela primeira vez, as expectativas se multiplicaram tal qual uma progressão geométrica, o coração acelerou como uma Ferrari em atividade, suei frio, gaguejei, fiquei mudo, ri com leveza, amei com todas as letras do alfabeto grego, com todos os números romanos e arábicos, chorei desesperadamente de saudade e fui feliz em todas as instancias não só por mim, mas também por quem também foi tocado pela flecha do menino nu com o arco na mão! E assim estamos até hoje! Conjugando a primeira pessoa do plural como se fosse a primeira pessoa do singular sem a menor vergonha e pudor!

Depois de conhecer a criatura que hoje faz os meus dias mais ensolarados, fui assolado pelas dúvidas de uma relação incerta, onde ambos não se conheciam. Eu também tinha uma pessoa que também vivia comigo. E, principalmente, eu também morri de medo de apodrecer por dentro tal qual a personagem de Meryl: por isso, recusei a dúvida que se abateu sobre mim! Era tudo ou nada, e não quis saber da “solidez” existente num casamento que andava mais do que falido. Mandei tudo às favas em nome do amor! E enquanto não podia estar perto de quem eu passei a amar cada vez mais “neste mundinho de Deus”, eu também tinha deixado como lembrança da minha figura quixotesca um colar meu que adoro! E ao voltar para casa, a imagem de Francesca presenteando seu amado Robert com a medalhinha apareceu na minha frente! Por isso, foi inevitável não se esquecer do que ele diz a ela antes que ela tome a decisão final: há coisas que só acontecem uma vez na vida! E eu não poderia deixar correr o risco de que o raio caísse pela segunda vez no mesmo lugar...

O melhor de tudo isso foi descobrir que Amar (com letra maiúscula sim!) faz bem à pele e emagrece!

Descobri também que Amar não pertence às categorias de heterossexual, homossexual, pansexual e adjacências! Como diz uma pessoa muito sábia: “O negócio é amar!” Sem frescura e sem censura! Já dizia o Poetinha, e que seja infinito quando a chama estiver acesa! Lenha para a fogueira é o que não faltará para que corpos se acendam incessantemente, tal qual Zeca Baleiro e suas intérpretes o fizeram!

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Devoted to you!

Mr. N, isto aqui foi escrito pensando em você! Que o meu “Coração Brasil” continue te guiando não apenas neste 12 de junho, mas por todo o sempre! Amo você!


Enviado por Mr. Simon