10 anos atrás comprei meu primeiro computador. Era um 586 adquirido em suaves prestações com o meu primeiro salário.
Hoje parece que não vivemos mais sem computadores, telefones celulares e toda essa tecnologia que temos por aí...
O curioso é que um pouco mais de 10 anos atrás vivíamos perfeitamente sem essas máquinas. E vivíamos bem!
Na primeira metade da década de 90, só mexi em computadores da faculdade e olhe lá, pois não existiam muitos disponíveis. Trabalhávamos em DOS com o Wordstar. Os mais “experts” usavam o “Chiwriter”. Os programas era carregados naquele disquete grandão, pois os computadores não tinham HD. E cada vez que eram ligados, tínhamos que carregar o programa na memória do computador para usá-lo.
Naquela mesma época... para nós, estudantes, telefone era só do tipo “orelhão”. Era comum, por volta das 23 horas da noite, o pessoal se encontrar nas filas dos orelhões próximos às suas repúblicas para fazer interurbano, ligar para casa e matar as saudades. 23 horas era o horário que iniciava a tarifa mais barata.
Celular não existia. Telefone fixo nem pensar. Para adquirir um só existiam duas maneiras: comprar no mercado paralelo por o que seria hoje equivalente a alguns milhares de reais ou através do plano de expansão da empresa de telefonia local. Se a pessoa tivesse sorte, ela conseguiria receber o telefone logo, senão, poderia se ter alguns anos de espera.
Os primeiros celulares comerciais que apareceram era verdadeiros tijolos. Exageros à parte, poderiam ser muito bem comparados em tamanho ao telefone-sapato do Maxuell Smart, o eterno agente 86. E hoje, um pouco mais de 10 anos depois, nem Maxuell Smart e nem o Controle poderiam imaginar o tamanho que os atuais telefones celulares iriam ter.
Tudo isso... em pouco tempo atrás.
Hoje somos escravos da tecnologia. Se o micro dá uma pane, parece que não fazemos mais nada. Você nem estaria lendo esse texto, esse blog poderia nem existir ou ser publicado. Telefones celulares são vistos nas mãos de crianças que deveriam estar brincando com bonecas, carros e jogos educativos, não jogos eletrônicos, a maioria violentos, na intensidade que são jogados hoje.
A realidade é que o mundo se acelerou demais nesses últimos 10 anos. A obsolescência passou a ser algo tão atual.
E isso me faz pensar... onde e como estaremos daqui a mais 10, em 2016?
Enviado por Joy