No princípio era o capotão arredondado, o retângulo de terra batida, e os paus de madeira que se tornariam os guardiões de alegrias furtivas...Correu o cronômetro em dois tempos de acréscimos taquicardíacos. E ventanias, enegrecimentos, nevoeiros, solões, relâmpagos, vulcões d´água, lamaçais, e muitas redes...Brotou um capim incerto, depois um matagal esburacado, daí o gramado verde, tapete com morrinhos em áreas de artilharia... Desenharam-se linhas de cal, tinta, brancas determinações de espaço; ergueram-se estandartes e brasões, bandeiras; levantaram-se arquiteturas onipotentes, robustas, infernais; rabiscaram regulamentos eternamente discutíveis; rixas e rivalidades formaram-se enquanto as cores tomavam partido numa batalha de bombas e rojões e torpedos, dantescos; e nasceram pra sempre as agremiações, os times, as equipes, os universos de sofrimento e apaixonamento instantâneo... O mundo bolou-se!
Há mais de um século, toda semana, todos os dias, em algum canto de terra, capim, mato, concreto, piche ou rincão, esquadrões se definham em defesa e ataque rumo à desmistificação do adversário. São pelejas de suores e sangramentos, musculaturas e estiramentos, deslizamentos, carrinhos pela esquerda, e cotovelos que sobram no ar, no supercílio. Uma glória e muitas aviltações... Compõe magnificências e desilusões, suspiros e rouquidões, lágrimas, sorriso, e mais lágrimas... Perdem-se joelhos, rumos, títulos e campeonatos. Ganham-se engasgos... O sideral de magias sem truques.
A pelota é a bala e a bazuca: o ardil dessa várzea de vida!
Enquanto houver café neste bule, ou semente de cacau nas veias, tecerei narrações e pitacos na canela sobre o que acontece no mundo redondo da rechonchuda. O clima é de queda de serpentina, papel picado na sarjeta, festins em fins... Cabou-se o respirar das disputas estaduais: desobedeceram jejuns, reluziu estrela solitária, apunhalada azul no caldeirão vermelho, quebra de invencibilidade, e mais de dezena de pólvoras nortistas, centristas, sulistas e nordestinas... Um pré-aquecimento de gala, de efemérides. O que está é no porvir, o doravante do próximo desespero, bem mais intenso. Porque é sempre um novo começo...
Um a Mais: esta é uma coluna condenada. Assombrada por mortos, e atormentada por espíritos, fantasmas e almas alvas. O conduzir será trôpego, mas audacioso. Viajará pelas laterais trazendo confins de inflexões. E cumulações no invólucro, espancado por petardos e tristezas no travessão.
Enviado por Rufus Melancólico
Há mais de um século, toda semana, todos os dias, em algum canto de terra, capim, mato, concreto, piche ou rincão, esquadrões se definham em defesa e ataque rumo à desmistificação do adversário. São pelejas de suores e sangramentos, musculaturas e estiramentos, deslizamentos, carrinhos pela esquerda, e cotovelos que sobram no ar, no supercílio. Uma glória e muitas aviltações... Compõe magnificências e desilusões, suspiros e rouquidões, lágrimas, sorriso, e mais lágrimas... Perdem-se joelhos, rumos, títulos e campeonatos. Ganham-se engasgos... O sideral de magias sem truques.
A pelota é a bala e a bazuca: o ardil dessa várzea de vida!
Enquanto houver café neste bule, ou semente de cacau nas veias, tecerei narrações e pitacos na canela sobre o que acontece no mundo redondo da rechonchuda. O clima é de queda de serpentina, papel picado na sarjeta, festins em fins... Cabou-se o respirar das disputas estaduais: desobedeceram jejuns, reluziu estrela solitária, apunhalada azul no caldeirão vermelho, quebra de invencibilidade, e mais de dezena de pólvoras nortistas, centristas, sulistas e nordestinas... Um pré-aquecimento de gala, de efemérides. O que está é no porvir, o doravante do próximo desespero, bem mais intenso. Porque é sempre um novo começo...
Um a Mais: esta é uma coluna condenada. Assombrada por mortos, e atormentada por espíritos, fantasmas e almas alvas. O conduzir será trôpego, mas audacioso. Viajará pelas laterais trazendo confins de inflexões. E cumulações no invólucro, espancado por petardos e tristezas no travessão.
Enviado por Rufus Melancólico