O homem que diz "tô" não tá, porque ninguém tá quando quer"
Vinícius de Moraes - Canto de Ossanha
Vinícius de Moraes - Canto de Ossanha
No inglês, é junto. Não é assim que a gente aprende? "To be é ser ou estar" . E a gente diz sim, e acena a cabeça. "Verbo to be de novo! Ninguém merece!"
E ninguém merece. Vai se lá entender um absurdo desses!
Como ser e estar podem ser a mesma coisa?
O que é ser? O que é estar?
"Eu sou medrosa, é o meu jeito, eu sou assim!" disse uma amiga, certo dia. "Você não é medrosa! Que absurdo! Você está, é diferente!"
Mas e se ela é medrosa mesmo?
Então comecei a devanear sobre o assunto...
Joana é medrosa mesmo?
Parei. Pensei. A gente pode ser coisa ruim?
Mas o que é ser?
Ser é estar? Os ingleses estão certos?
Ser é imutável. Não muda. Quando se é, pegamos a essência. Essencia imutável. Por isso, dá para classificar. Quando se diz "é" encerra-se qualquer dúvida. Ou é, ou não.
Estar é mutável. Muda. Quando se está, pegamos o momento. Essencia mutável. Por isso, não dá para classificar. Quando se diz "está", coloca-se a dúvida. Está, naquele momento, pode não estar.
Será que Joana é medrosa? Não tem como mudar? É a sua essência, e jamais poderá ser corajosa?
"Ser" não seria a essência da vida, e o resto, um exercício do estar?
To Be or Not To Be... Realmente é uma questão. Quando é estar e quando é ser? Às vezes, mistura mesmo. E às vezes os saxões não estão tão loucos assim...
Rackeado por Jussara Justa (enquanto o blog não se define....)